02/10/2010

Nas mãos dos eleitores - Luiz Demétrio Valentini*

O dia das eleições está chegando. Agora a decisão está nas mãos dos eleitores. O voto é soberano. Ele se constitui no fundamento da democracia. Todo o arcabouço jurídico que o protege tem a finalidade de garantir que ele seja, de fato, a expressão da vontade de cada eleitor. Por isto, o maior atentado contra a democracia é perverter o voto do eleitor, pela compra e venda, ou por qualquer outro expediente.

A sabedoria popular cunhou a afirmação contundente, e acertada: voto não tem preço, tem conseqüências!
A campanha eleitoral deveria fornecer elementos para os eleitores fazerem sua escolha, livremente, a partir das conclusões a que cada um chegar.

Quanto menos a campanha cumpre sua missão, maior a responsabilidade do eleitor. E´ o que se pode dizer da campanha deste ano. Por muitos motivos, ela deixou a desejar. Pouco contribuiu para o debate sereno, claro, objetivo, em torno de propostas de governo para o país. Ficou por demais carregada de ataques pessoais, em tentativas de desmoralizar os adversários.

Por isto, o eleitor tem algumas tarefas a mais, desta vez.

Em primeiro lugar, sacudir o clima de acusações e calúnias perversas e fantasiosas, lançadas não importa contra quem. Precisamos neutralizar estas tentativas de desestabilizar candidaturas com ataques pessoais e acusações infundadas. E´ necessário desencorajar seus autores. Caso contrário inviabilizamos a prática democrática em nosso país, incentivando os que se escondem no anonimato da internet para desferir seus golpes contra os desafetos de seus preconceitos. Contra o obscurantismo, nada melhor do que a lucidez e a coragem dos eleitores em livrar seu voto da asfixia de acusações gratuitas e injustas.

Urge também depurar as versões da grande mídia, que são no mínimo tendenciosas, para dizer pouco, e para deixar que cada eleitor imagine quais são os interesses que se escondem por trás destas posições veiculadas às vezes com rara virulência contra alguns candidatos. Formar a própria opinião, prescindindo das grandes manchetes, é tarefa difícil, mas não impossível para cidadãos maduros e adultos que queremos ser.

Como a campanha pouco ajudou para compreender o que está se passando em nossa realidade brasileira, nos últimos anos, cabe a nós fazer uma análise ponderada, com a lucidez de nosso bom senso, e conferir o que está no bom caminho, e o que seria possível melhorar. E então, com nosso voto sinalizar em quem depositamos nossa confiança para garantir que nossas expectativas possam, minimamente, se cumprir.

Para esta análise, não pode faltar uma referência às grandes desigualdades sociais que são a marca registrada de nosso país, e perceber como estão sendo enfrentadas. Com nosso voto, precisamos expressar nosso juízo de valor sobre o processo de superação de nossas mazelas sociais, que está em andamento, e dar nosso voto em favor das propostas apresentadas pelos candidatos, não as fantasiosas e irresponsáveis, mas as realistas e consistentes.

Esta campanha não vai deixar saudades para ninguém. Mas o voto tem o poder de redimir até uma campanha mal realizada. Afinal, a responsabilidade recai mesmo sobre cada eleitor. Quanto menos ele precisar de recomendações, melhor será o seu voto.

*Bispo de Jales, SP.

01/10/2010

BRAZIL ELECTION RACE: CANDIDATE PROFILES

Brazil is set to elect new president on 3 October to succeed Luiz Inacio Lula da Silva.
President Lula, who enjoys high approval ratings, has served two terms since first winning in 2002 and is constitutionally barred from standing for a consecutive third term. If no candidate wins more than half of the valid votes cast, there will be a run-off election on 31 October. The two front-runners are Dilma Rousseff and Jose Serra, with former environment minister Marina Silva likely to come third.

Dilma Rousseff - Workers Party (PT)
  1. Dilma Rousseff, 62, is no stranger to the Planalto, the Brazilian president's office.
  2. From 2005 until stepping down to run for office earlier this year, Ms Rousseff was President Lula's chief of staff, closely involved in the major decisions of his administration.
  3. Lula has made it clear that the woman he calls the "mother of the PAC", his government's flagship economic development project, would be his choice as his successor.
  4. Critics have dismissed Ms Rousseff as merely Lula's choice, a career civil servant never elected to public office.
  5. She does suffer in direct comparison with the current president. With her somewhat dour image, she cannot compete with Lula's charisma and public-speaking skills.
  6. Her background, born to a middle-class family and with a Bulgarian immigrant father, is also a far less compelling life story than Lula's rise from abject poverty to the highest office in the country.
  7. But dig deeper and the toughness ascribed to her by colleagues - she is known for her short temper - becomes clearer.
  8. As a student, she became involved in left-wing politics and joined the underground resistance to the military dictatorship that ruled Brazil from 1964 until 1985.
  9. Ms Rousseff has said she was never actively involved in armed confrontation with the security forces, but she was jailed for almost three years and subjected to electric shocks.
  10. Trained as an economist, Ms Rousseff was energy minister before being named as Lula's chief of staff.
  11. It is clear that Lula's support has boosted her profile and her campaign to be the first female president of Latin America's biggest country.
  12. Her challenge is to convince voters that she truly will be in charge if elected to the presidency.
Jose Serra - Brazilian Social Democratic Party (PSDB)
  1. Jose Serra, 68, has occupied some of the top political jobs in Brazil, including mayor of the biggest city, Sao Paulo, and governor of the state of Sao Paulo - the nation's biggest and wealthiest state.
  2. From 1995-1996, Mr Serra was planning minister in President Fernando Henrique Cardoso's government.
  3. He also occupied the health post in the Cardoso administration from 1998 to 2002, winning international plaudits for a range of programmes including an HIV/Aids treatment programme based on producing cheap replicas of patented medicines.
  4. He was born into a family of poor Italian immigrants. At the time of the 1964 military coup, he was the head of the National Students' Union.
  5. Forced into exile, he went first to Chile and then after the military coup there, he went to the US where he studied economics.
  6. He returned to Brazil in 1977 as the country was taking its first steps towards the restoration of democracy.
  7. Mr Serra was among the founders of the PSDB in 1988 and has served as a federal deputy and senator. He unsuccessfully ran against President Lula in 2002.
  8. In 2004, he was elected mayor of Sao Paulo, a post he left to run successfully for the governorship of the state.
  9. Mr Serra stood down as governor earlier in 2010 to stand as presidential candidate for his party.
  10. Like Ms Rousseff, Mr Serra is not a great speaker but he will be hoping his long record in holding political office convinces voters the management of Brazil will be in capable hands.
Marina Silva, Green Party (PV)
  1. Marina Silva who is running as the Green Party candidate is expected to come third but her share of the vote could have an impact on the outcome.
  2. Ms Silva was President Lula's environment minister from January 2003 but she left the government in May 2008, citing difficulties in pursuing an environmental agenda.
  3. In August that year, she also left Lula's Workers Party.
  4. She was vocal in blaming the deforestation of the Amazon on Brazilian cattle ranchers and farmers.
  5. The child of rubber-tappers from the Amazonian state of Acre, Ms Silva was illiterate until the age of 14.
  6. She worked with the rainforest activist Chico Mendes, who was murdered in 1988, and she was appointed environment minister when Lula won the presidency in 2002

Fonte: BBC NEWS

30/09/2010

A FÉ, A SEMENTE DE MOSTARDA E O SERVIÇO - Por Frei Jacir de Freitas Farias, ofm

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

I.     INTRODUÇÃO GERAL
As leituras de hoje nos chamam a atenção para a fé. “Aumenta-nos a fé!”, disseram os apóstolos a Jesus. Por que os discípulos pedem para aumentar a fé deles? Qual é a relação entre as duas parábolas do evangelho de hoje, semente de mostarda e servo inútil, e a fé? O que é a fé? A carta aos Hebreus define fé como “firme fundamento das coisas que se esperam, uma posse antecipada, um meio de demonstrar as realidades que não se veem”. E ainda acrescenta: “foi por meio dela que os antigos deram seus testemunhos” (Hb 11,1-2).
Mesmo não tendo visto Jesus ressuscitado, eu acredito, tenho fé, certeza de que ele ressuscitou. Por isso, eu tenho fé. Não preciso manifestar fé em uma árvore, pois já sei que ela existe. Ninguém precisa me transmitir esse ensinamento. Podemos correr o risco de banalizar a fé, quando a colocamos na dimensão da incerteza. Os discípulos acreditavam nas palavras e promessas do Reino que Jesus anunciava, mas também disseram: aumenta-nos a fé.
Neste domingo, dia em que o país irá às urnas para escolher presidente, senadores, governadores e deputados, perguntemo-nos: Qual é a contribuição do cristão neste ato cívico? Temos fé em nossos políticos? As suas promessas se tornam realidades? Por enquanto, permaneçamos com essas inquietações.


II. COMENTÁRIOS DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Hab 1,2-3; 2,2-4): a fé salva e a fidelidade me faz justo seguidor da Lei Habacuque, quem nos apresenta neste domingo uma profecia, foi um profeta realista, contestador, lamentador e esperançoso. Como Jó, ele foi o “homem da crise”. Ele atuou entre 605 e 600 a.E.C., período em que Judá viveu sob a dominação do império neobabilônico, pagando-lhe tributos. O rei Joaquim, aliado de um outro opressor, o Egito, foi colocado no trono pelo Faraó para governar Judá. A tirania de Joaquim foi tamanha que a injustiça aumentou no país. Pouco tempo depois, os babilônios, com Nabucodonosor, invadiram o país, destruíram Jerusalém e levaram as lideranças do povo para um exílio, que duraria cinco décadas, na Babilônia.
Habacuque, que num primeiro momento acreditou na reforma de Josias, percebe que não mais seria possível esperar por uma solução baseada na Lei. Ele perde a esperança na reforma deuteronomista, mas crê que Deus vencerá (2,1-3; 3,15.19). Esta descoberta lhe restituiu a esperança. Habacuque manteve-se firme nas seguintes denúncias: a não observância da Lei (1,4); os juízes corruptos (1,4); o roubo (2,9-10); a política injusta (2,12-14); a idolatria (2,18-20); os impérios egípcio (1,2) e babilônico (1,12-17); e o cinismo do conquistador (ou qualquer pessoa) que embriaga o seu próximo para lhe contemplar a nudez (2,15).
A primeira leitura é um lamento do profeta pela situação do povo e um questionamento a Deus, pedindo-lhe que os ouça: “Até quando, Senhor, pedirei socorro e não ouvirás” (1,2). A resposta de Deus vem em dois momentos. Ele diz que o opressor, a Babilônia, virá para destruir o país (1,5). Esse será o castigo para o povo de Judá. O profeta Jeremias dirá o mesmo. Habacuque se assusta com essa resposta de Deus (1,12-17). E Deus novamente responde, dizendo que ele sabe o que faz e não engana (2,2-4). E acrescenta: “o justo viverá pela sua fidelidade”. Habacuque chama o povo a ter confiança na justiça humana e na força libertadora do Senhor. A salvação virá pela fé e não pela observância da Lei (2,4). É o que São Paulo, mais tarde, irá aprofundar na sua teologia da “justificação pela fé” (Rm 1,17; Gl 3,11), tendo como base esse texto de Habacuque. A tradução da Bíblia hebraica para o grego, chamada de Setenta, traduziu o termo hebraicoemunah por fé, em vez de fidelidade, como está no texto de Habacuque. Fidelidade está relacionada com o justo que segue a Torá.
Outro fator que chama a atenção no texto de Habacuque é que Deus vai castigar o povo por causa de seus governantes iníquos. Relembrar isso em dia de eleição é muito propício. Em tempos modernos, não precisamos chegar a tanto, como foi o caso de Judá. Por outro lado, se a nossa lei punisse, de fato, os políticos corruptos, com certeza, nosso país seria diferente em questões sociais. Outro dado, muitos de nossos políticos não se envergonham de manifestar em público a sua fé. Neste ano, um deles chegou a rezar agradecendo a Deus pelo dinheiro conseguido com as suas falcatruas. Ele ficou conhecido como o político da oração.
A fé que nos salva é aquela que me faz justo seguidor da justiça pregada pela Palavra de Deus. Esta sim, o resto é pura enganação. Fiquemos atentos, sobretudo para o grande mercado da fé que assola o nosso país.
2. Evangelho (Lc 17,5-10): “Senhor, aumenta a nossa fé!” No evangelho de hoje, nos encontramos todos com uma inquietante pergunta: Senhor, aumenta-nos a fé! Jesus responde com duas parábolas. Vejamo-las.
a) “A fé pode até ser do tamanho de uma semente de mostarda” (vv. 5-6). Essa passagem também pode ser lida em Mt 17,20-21; 21,21; Mc 9,24; 11,23. Os apóstolos pedem a Jesus que aumente a fé deles. A interpretação desse texto nos ensina que a fé, por menor que seja, assim como uma pequenina semente de mostarda, pode realizar maravilhas, até mesmo exigir que uma amoreira se replante no mar. Viver a fé em tempos modernos é um desafio para todos nós. Somos senhores de muitos poderes e de nós mesmos. A fé é muito mais que uma boa obra ou uma dimensão psicológica de nossa existência. Ela é um colocar em Deus, que é amor que nos redime e nos impulsiona a viver na integridade das relações. Fé não é questão de quantidade, mas de qualidade.
b) “A fé é um serviço” (vv. 7-10). Na se-quência da fé comparada à semente de mostarda, Jesus, fazendo uso de uma situação não muito peculiar aos apóstolos, a de um patrão que tem um empregado que o serve sem se perguntar o porquê de sua atitude, ensina que é simplesmente fazer o que se tem que fazer. Quem tem fé faz. Isso basta. As obras são consequências de nossa fé em Deus que tudo pode. E se Deus tudo pode, eu também posso, com a minha fé, realizar grandes obras. O serviço é uma dimensão da fé.
Amanhã, dia quatro de outubro, a Igreja faz a memória de São Francisco de Assis, o santo da paz e do bem, o defensor da ecologia e inventor do presépio. No final de sua vida, quando tanto havia feito e vivenciado a fé em Deus, com todo o ardor próprio da Idade Média, Francisco de Assis disse: “Irmãos, vamos recomeçar novamente, porque pouco ou nada fizemos”. Essa espiritualidade é a do serviço e da fraternidade universal. Por menor que seja, ela será sempre um serviço à justiça e ao bem comum, realizado de forma gratuita e não por dinheiro, como pensavam alguns.
3. II leitura (2Tm 1,6-8.13-14): Timóteo, viva a sua fé! A segunda leitura tem uma orientação clara: Paulo, apóstolo propagador da fé em Jesus, com quem ele nem mesmo convivera, mas fora um perseguidor aguerrido de seus seguidores, exorta ao seu discípulo, Timóteo, a viver a fé por causa de sua consagração a serviço da Igreja, na coordenação da comunidade. Timóteo é convocado a cooperar com os dons do Espírito Santo. Ele não pode transmitir medo, mas reavivar sempre a sua fé. O cristão deve alimentar sempre a sua fé para não desanimar. Da mesma forma, ele deve dar testemunho de Jesus Cristo e guardar o depósito da fé, eis a sua missão. Paulo também não se intimida em demonstrar com palavras as suas atitudes de fé.
Na prisão, Paulo lhe diz: “Toma por modelo as sãs palavras que de mim ouviste, com fé e com amor que está em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito, por meio do Espírito Santo que habita em nós” (vv. 13-14). O cristão precisa ser corajoso, não olhar interesses pessoais. “Não se envergonhe de dar testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro” (v. 8), afirma, categoricamente, Paulo a Timóteo. A prisão não desmerece Paulo, pelo contrário, ela o credencia como discípulo de Cristo Jesus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO
1. Mostrar que o mundo é marcado por situações que não agradam a Deus e, tampouco, ao seu povo. Os que não creem podem até dizer que as desigualdades são normais e que Deus não existe, mas a promessa da vinda de Jesus se realizará. Os maus serão extirpados e os bons, chamados de benditos do meu Pai.
2. A igreja, por ser a aglutinação daqueles que creem, deve anunciar e propiciar o caminho da salvação para todos, lutando pela justiça social, pela paz e pela divisão fraternal dos bens. Fazer tudo isso é já ter a fé aumentada, assim como pediram os discípulos a Jesus.
3. A comunidade de fé tem um compromisso fundamental com a vida política do país. Escolher bem os governantes e, depois, cobrar deles atitudes coerentes com o prometido são o compromisso de fé que todos devemos assumir.

Fonte: Portal PAULUS - VIDA PASTORAL

29/09/2010

"Revolução Intelectual" : Um Novo "Paradigma" - Por José Luís Fiori*

"Com certeza já se pode falar de uma "revolução intelectual" e de um novo "paradigma",
porque já se consolidou uma nova maneira do continente olhar para si mesmo,
para o mundo e para os seus desafios, assumidos como oportunidades e como escolhas,
que devem ser feitas a partir de sua própria identidade e de seus próprios interesses"

Na segunda metade do Século XX, o físico norte-americano, Thomas Kuhn, e o químico russo, Ilya Prigogine, revolucionaram a epistemologia e a história da ciência, colocando uma pá de cal sobre a visão positivista do conhecimento e colocando um ponto de interrogação definitivo sobre todas as teorias mecanicistas e deterministas a respeito do mundo físico, do cosmos e das sociedades humanas.

Para Thomas Kuhn, o avanço da ciência não é acumulativo, nem se dá de forma linear e contínua. Pelo contrário, se dá de forma descontínua e por meio de grandes rupturas, ou "revoluções científicas", que assinalam um momento de "mudança de paradigmas", que são definidos por Kuhn como uma maneira particular de olhar o mundo, que articula de forma coerente problemas, conceitos, métodos de pesquisa e critérios de verdade, que só são válidos dentro de determinadas comunidades específicas, e durante períodos determinados de tempo.

Por outro lado, Ilya Prigogine se rebelou contra o determinismo e o mecanicismo das teorias de Isaac Newton e Albert Einstein e demonstrou que a irreversibilidade do tempo, a desordem e a incerteza são elementos essenciais e construtivos, do mundo físico e biológico. Ou seja: Kuhn defende a historicidade da ciência e dos seus critérios de verdade e Prigogine defende a importância da "flecha do tempo" e das "escolhas", para a construção do futuro de um universo físico e de uma sociedade humana, que são rigorosamente imprevisíveis.

Por analogia, também é possível falar da existência de "paradigmas", e de "revoluções intelectuais", no campo do pensamento social, onde se formam e se transformam os valores, conceitos e critérios de verdade que as sociedades humanas utilizam para interpretar o seu passado e o seu presente, e para decodificar e responder às incertezas do seu futuro. São modelos, enfoques e crenças que atravessam o pensamento acadêmico e o pensamento político - de esquerda e de direita - e também fazem parte do senso comum e da formação da opinião publica.

Esses "paradigmas sociais", também são válidos apenas para certas comunidades específicas, e durante um certo período, por mais longo que ele possa vir a ser. Com o passar do tempo e das mudanças sociais, entretanto, esses paradigmas "societários" perdem fôlego, se esclerosam, e acabam sendo superados por novas "visões do mundo", mais capazes de compreender e enfrentar os desafios criados pela chegada do futuro.

Pois bem: tudo indica que a América Latina e o Brasil estão vivendo um desses momentos de "revolução intelectual", e de mudança da sua forma de olhar para si mesmo e para o mundo. De um lado, o que se vê, é um "paradigma intelectual" em franco declínio, incluindo algumas ideias e teorias de esquerda e de direita, que já não dão conta das transformações do continente, e do Brasil, em particular. Seus conceitos e seus debates parecem velhos e repetitivos e por isso filtram as novidades trazidas pelo futuro de forma extremamente reativa, defensiva e medrosa.

Alguns "intelectuais orgânicos" desse velho modelo vivem fascinados pela ideia do "fim", seja da democracia, do capitalismo, das espécies, ou da própria terra; outros, estão sempre lamentando as "imperfeições constitutivas" da sociedade latino-americana, tão distantes dos seus modelos ideais de sociedade civil, de classe social, de partido político, ou mesmo, de estado e de capitalismo. E quase todos vivem atormentados com medo do populismo, do corporativismo, do nacional-desenvolvimentismo, do estatismo, entre tantos outros fantasmas do passado. Sem se dar conta que esses conceitos e algumas de suas velhas teorias sociológicas e econômicas perderam aderência aos fatos e já não demonstram nenhuma eficácia como ferramentas analíticas e como instrumentos estratégicos, voltados para a construção do futuro.

Apesar disso, entretanto, ainda não se pode falar do aparecimento e da existência de novas teorias consistentes, e o próprio continente latino-americano ainda não superou alguns de seus grandes desafios sociais e econômicos. Mas com certeza já se pode falar de uma "revolução intelectual" e de um novo "paradigma", porque já se consolidou uma nova maneira do continente olhar para si mesmo, para o mundo e para os seus desafios, assumidos como oportunidades e como escolhas, que devem ser feitas a partir de sua própria identidade e de seus próprios interesses.

Jean Paul Sartre disse que "era mais fácil ser escravo do que senhor", e talvez, de fato, seja mais fácil pensar como escravo, do que como senhor. Mas depois desta "revolução intelectual" da America Latina já não há mais necessidade de ninguém seguir pensando como escravo, ou mesmo como aluno primário das "civilizações superiores".

*Professor titular e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional da UFRJ
Fonte: IHU

São Miguel - "Que é como Deus?"

Ele é considerado o mais importante de todos os Anjos na tradição cristã, judia e islâmicas. Nestas três tradições, Miguel trabalha incansavelmente a fim de criar um mundo de paz e harmonia. Ele é o chefe e protetor daqueles que buscam ter Deus em suas vidas.

Miguel é o único arcanjo mencionado pelo nome nos textos religiosos do Judaísmo e do Islamismo, assim como na Bíblia.

O nome Miguel foi interpretado de várias maneiras. Pode significar "que é como Deus", "quem é semelhante a Deus?" ou "quem é semelhante ao Senhor". Eles revelam a sua importância, utilizando nomes diferentes, Miguel assistiu a humanidade desde o princípio.

Ele é conhecido como INDRA no Rio Veda indiano, VAHMAN na enciclopédia Denkard persa, MARDUK na Epopéia Babilônica da criação e APOLO no Hino de Homero a Apolo. Foi associado também ao Deus egípcio Anúbis, que "pesava almas".

Assim conta a Bíblia que... quando Lúcifer, recusava submeter-se e adorar a Deus, e, como resultado, Miguel o expulsou do céu com seus seguidores. A batalha entre o dragão e Lúcifer pode ser encontrada no Apocalipse (12:7-17).

Uma lenda antiga diz que Miguel acorrentou os anjos derrotados no meio do ar até o Dia do Julgamento. Então Deus recompensou-o com a permissão de receber as almas imortais enquanto entravam no céu. Miguel pesa estas almas para avaliar suas boas e más ações.(salmo 62:9, Daniel 5:27)

Desde o século V, os romanos comemoram no dia 29 de Setembro o Dia de Arcanjo Miguel e também a igreja Católica comemora neste dia o Dia de Todos os Anjos.

Oração ao Arcanjo Miguel
São Miguel Arcanjo foi escolhido por Deus para ser defensor de todos os cristãos. Ele com seus anjos formam uma imensa legião de luz pronta para interceder por todos aqueles que o invocam com humildade e sinceridade no coração.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate.

28/09/2010

St. Michael

Prayer to St. Michael
Saint Michael the Archangel,
defend us in battle.
Be our protection against the wickedness and snares of the devil.
May God rebuke him, we humbly pray;
and do Thou, O Prince of the Heavenly Host -
by the Divine Power of God -
cast into hell, satan and all the evil spirits,
who roam throughout the world seeking the ruin of souls.
Amen.











St. Michael, who ranks among the seven archangels, is also one of the three angels mentioned by name in the Scriptures, the others being St. Raphael and St. Gabriel. St. Michael is spoken of twice in the Old Testament, and twice in the New. The first reference occurs in the Book of Daniel (chapter x), where Michael comes to comfort Daniel after he has had a vision, and promises to be his helper in all things. In Daniel xii, Michael is called "the great prince who standeth for the children of Thy people." In these references Michael is represented as Israel's great support during the seventy years of the Babylonian captivity. Daniel, wise and holy leader that he was, wanted his people to understand that God had not forgotten them, and that, even though enslaved, they had a royal champion. In the New Testament (Jude ix), we are told that Michael disputed with the devil over the body of Moses; this episode is not mentioned elsewhere in the Bible.

In the Apocalypse (chapter xii) we find the most dramatic reference to St. Michael. Here John recounts the great battle in Heaven, when the wicked angels under Lucifer revolt against God, and how Michael, leading the faithful angels, defeats the hosts of evil and drives them out. In this role he has been painted by many artists, and the poet Milton, in book vi of <Paradise Lost>, recounts the famous struggle. Because of this victory, St. Michael is revered in Catholic tradition and liturgy as the protector of the Church, as once he was regarded as the protector of the Israelites. In the Eastern Church, as well as among many theologians in the West, St Michael is placed over all the angels, as prince of the Seraphim. He is the special patron of sick people, mariners, and grocers; in Asia Minor many curative springs were dedicated to him.  His emblems are a banner, a sword, a dragon, and scales. The name Michael is a variation of Micah, meaning in Hebrew, "Who is like God?"

Saint Michael, Archangel. Scriptural Saint. Celebration of Feast Day is September 29. St. Michael is the patron of grocers, mariners, paratroopers, police and sickness.

27/09/2010

Respect - By Michael Mutinda*

            It is something everyone wants, not many have, and few want to give. Most people would appreciate "just a little bit," and most should give just that. Unfortunately, a lot of the time, this does not happen. Perhaps this is because the concept of respect is not understood. What exactly is respect? The dictionary defines it as an act of giving particular attention or high or special regard. This does not explain what it is; it only outlines what it may be. In general, though, respect can be broken down into three main forms.
The first is the respect of others. "Others" includes your peers, teachers, parents, and everyone else. It is adding a ma'am or sir to the end of a sentence. It is obeying in class and not being rowdy in the hallway. It is the respect of their ideas and what they stand for. It is what brings people together, and if not used, it is what can tear people apart.
The second form of respect is the respect of property. This includes anything from writing on a desk at school to stealing from a department store. Property, whether it is the school's, a company's, a stranger's, or a friends, should always be respected. Respect means taking that extra few seconds to drive the speed limit so as not to hit anyone or anything. It means not smashing a pumpkin at Halloween just for fun. It means not throwing that piece of trash on the ground. That is respect.
Lastly, one must respect his or herself. This respect is holding your head high and respecting your own opinions. It’s acknowledging that you have ideas and then sharing them because you are not afraid of what others may think. It is not letting peer pressure and other things affect the way you think or want to think. Respect for yourself is the most important of all because without it, you would have no respect for others.
Now that you know a brief, but clearer, explanation, of respect, practice it. Practice at school, at home, or at work. Say thank you, please, and you're welcome. Clear...

Fonte: MwanaaSuu

Chávez vence eleição na Venezuela, mas não obtém maioria qualificada

Partido governista ficou com ao menos 90 das 165
cadeiras da Assembleia. Governo buscava manter
 maioria para não ter de negociar com a oposição.

O partido do presidente Hugo Chávez venceu as eleições legislativas realizadas na Venezuela neste domingo (26), mas não obteve a maioria de dois terços das cadeiras. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, o partido governista PSUV conquistou ao menos 90 cadeiras das 165 em disputa.

A oposição, por sua vez, ficou com pelo menos 59 vagas, mais de um terço das composição do Parlamento. O partido dissidente do chavismo, PPT, obteve duas vagas. Ainda estão por ser contabilizados os votos de outros sete postos que ainda devem ser anunciados nesta segunda-feira.(leia mais...)

Fonte: Globo News.

26/09/2010

Dois em cada três brasileiros que vivem fora do Brasil estão em situação irregular

É como se toda a população de Salvador fosse para o aeroporto e deixasse o País. Levantamento feito pelo Ministério das Relações Exteriores mostra que hoje 3.030.993 brasileiros (1,57% da população) migraram para todos os continentes do planeta. E dois em cada três brasileiros no exterior estão irregulares - ou seja, não contam com nenhum apoio jurídico ou médico.


A situação já causa preocupação ao governo, conforme o embaixador Eduardo Gradilone, subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty. "Nós atuamos para protegê-los e para regularizar a situação o máximo possível."

Os maiores avanços até agora foram conseguidos com o Paraguai. O Acordo de Residência do Mercosul, vigente desde 2009 para Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, permitiu que 5.590 dos 300 mil brasileiros que vivem em terras paraguaias se regularizassem. O Ministério das Relações Exteriores prevê que até o fim deste ano 10 mil brasileiros já estejam documentados no país vizinho e protegidos pelas leis de imigração.

Os brasileiros que emigraram para o Paraguai, a partir de 1970, representam 10% dos pouco mais de 3 milhões que vivem no exterior. É o maior contingente em toda a América do Sul, na qual há, segundo dados do Itamaraty, 513.800 cidadãos. Os brasileiros pularam para o lado paraguaio atrás das terras férteis, que ficavam mais próximas dos Estados do Sul, onde na época havia um grande êxodo, tanto rumo ao Paraguai, em ações ilegais, quanto rumo à fronteira agrícola do Cerrado e da Amazônia, com incentivos oferecidos pelo governo militar. Havia, na época, interesse em povoar essas regiões ao norte e a oeste e ganhava a posse da terra quem derrubasse 50% da floresta da propriedade, porcentual que hoje foi reduzido para 20%.

Os que chegaram ao Paraguai receberam a alcunha de "brasiguaios". Não conseguiram documentos. E, sem os papéis, acabaram sendo vítimas de violência por parte de campesinos que reivindicam as mesmas terras, além de achaques das autoridades do país vizinho. Os que agora conseguem os documentos passam a ter mais condições de se defender.

Do lado da lá também há um movimento rumo ao Brasil. A Lei da Anistia para os imigrantes sem documentos permitiu que desde o ano passado o Brasil regularizasse 4.135 cidadãos paraguaios. Ao contrário dos brasileiros, que foram atrás de terras boas para o plantio, os paraguaios vieram para o Brasil em busca de emprego urbano.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR

“On Death and Dying“

The idea of death makes one aware of one's life, one's vital being – that which is impermanent and will one day end.   When ...