01/12/2010

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A PAZ QUE O NATAL NOS TRAZ - Padre Valeriano Paitoni*

Alegrai-vos porque Deus, o Emmanuel (Deus conosco), saiu do armário e nos garante mais uma vez que se fez carne da nossa carne; seja ela amarela, preta, branca, vermelha, pobre, rica, com saúde, doente, soropositiva, soronegativa, é um de nós, é cada um de nós! Toda vez que celebro o Natal me pergunto: por que não conseguimos ainda assimilar essa verdade do nosso ser?

Como será diferente quando conseguiremos nos aproximar de alguém e aceitá-lo assim como Deus nele quis se manifestar para acreditarmos que Deus é essencialmente "AMOR PURO", não porque ELE é heterossexual ou homossexual, mulher ou homem, mas porque é PERDÃO, MISERICÓRDIA, JUSTIÇA, SOLIDARIEDADE, IGUALDADE. Esses são os 'caminhos do Senhor' que João Batista nos convida a preparar na sua pregação profética.

Sendo Deus fonte do universo, Nele tudo e todos cabemos e, salvos, a Ele voltaremos. A Paz que o natal nos traz não consiste na falta de guerras ou num mundo sem armas, mas no ÁGAPE fraterno que consiste no estar juntos à mesma mesa sem fronteiras nem muros, sem preconceitos nem falsos moralismos que alimentam a cultura da morte e constroem as classes dos bons e dos maus, dos santos e pecadores, dos soropositivos e dos soronegativos...

Na longa caminhada que fizemos no campo da AIDS, vimos muito sofrimento, não causado pela doença em si, mas pelos preconceitos promovidos por consciências que de cristão somente tem o nome e que usam a doutrina cristã para destruir e não para construir. São verdadeiros "homens bomba" com o mortífero rótulo cristão!

Vimos também muitos ativistas desanimarem e abandonarem a luta! Que dizer daqueles que se venderam ao poder? Vimos também os que usaram a doença para se enriquecer! Mas apesar de tudo isto o EMMANUEL continua conosco! Que também este Natal seja para todos nós, ativistas ou não, um momento para retomar o caminho da luta pelos direitos humanos que constituem a natureza de Deus, com aquela clareza e vigor dos primeiros anos da luta, quando éramos perseguidos abertamente por alguns religiosos, por políticos inescrupulosos, gente oportunista, sem escrúpulos e aproveitadores, quando éramos expulsos de casas, igrejas, trabalho, lazer...

Não será político nenhum ou religião nenhuma que poderá alimentar o nosso vigor de luta mas somente AQUELE EMMANUEL que um dia disse: "EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM VIDA E A TENHAM EM PLENITUDE". E aquelas pedras destinadas a apedrejar a prostituta nas nossas mãos, mudem de rumo para eliminarmos em nossos corações todas as injustiças institucionalizadas, para poder vibrar sempre de puro amor. Um Santo Natal e forte abraço naquele Cristo que SEMPRE ESTA CONOSCO.
*Padre Valeriano Paitoni, missionário da Consolata, é membro da paróquia Nossa Senhora de Fátima, Imirim; membro fundador da Comissão Nacional de DST/AIDS da Pastoral da Saúde da CNBB e presidente da Sociedade Padre Constanzo Dalbézio, mantenedora das Casas de Apoio Siloé e Lar Suzanne, que cuidam de crianças portadoras do HIV/AIDS.

Fonte: Agência de notícias

30/11/2010

Procura-se um Capitão Nascimento - Por: Michel Blanco

P.S.: E alguém acha que depois da apreensão de 44 toneladas
de maconha no Complexo do Alemão vai faltar erva no Carnaval?

Quem esperava um “pega pra capar” na tomada do Complexo do Alemão pelas forças de segurança sentiu-se frustrado. Anticlimática, a ação não correspondeu ao prenunciado em manchetes da véspera, como a do Globo: “Intenso tiroteio entre Exército e tráfico abre Batalha do Alemão”. Assim, com batalha em maiúscula, o diário reforçava a alusão absurda ao desembarque das tropas aliadas na Normandia, inaugurada na manchete da última sexta-feira (“O Dia D da guerra ao tráfico”). Esse é só um exemplo.

Entre o triunfalismo e o sensacionalismo, a cobertura jornalística da operação policial serviu de sela ao discurso oficial, mas também montou sobre um clamor coletivo por justiçamento, desatado em fãs da escola Capitão Nascimento. O que se viu na mídia – digital, eletrônica e impressa – foi a espetacularização dos fatos, em uma busca pelo protagonista de “Tropa de Elite” entre os homens das polícias e das Forças Armadas que subiam o morro, clicados em posição de combate. Acuado pelo fogo cruzado, o pessoal do morro, como de costume, não coube na foto.

Sintoma da disposição da imprensa para o espetáculo revelou-se na escolha das fontes. E lá estava o cineasta José Padilha a comentar a onda de violência que assola o Rio de Janeiro. Sem entrar no mérito da reconhecida competência profissional, a análise de Padilha é tão válida quanto uma palestra de Steven Spielberg sobre a extinção dos dinossauros, como disse uma amiga.

Se havia dúvidas sobre uma excessiva dramatização na cobertura jornalística, elas se desfizeram com as imagens dos bandidos presos no Alemão, exibidos na TV como troféus. Caso de Eliseu Felício de Souza, o Zeu, um dos condenados pelo assassinato do repórter Tim Lopes, em 2002. O finado “Aqui Agora”, do SBT, pareceu servir de referência ao autoelogiado padrão Globo de jornalismo. Revanchismo? Outras emissoras seguiram o mesmo caminho, e algumas se lambuzaram a valer, como a Band.

A chegada dos blindados das Forças Armadas foi saudada nos jornais com manchetes de uma guerra a ser vencida, em meio a um tom geral de “agora sim”. O emprego dos militares foi decisivo para o sucesso da operação, inclusive para que não se transformasse em um banho de sangue. Fato. Mas a participação do militares não é inédita no Rio e falta uma discussão séria sobre eventuais riscos do envolvimento das Forças Armadas em ações policiais. Alguém lembrou o que aconteceu no morro da Providência, há apenas dois anos, quando militares entregaram três rapazes para traficantes do morro da Mineira?

Jogando pra galera, a imprensa escolheu o caminho fácil da luta do “bem” contra o “mal”: forças de segurança de um lado, bandidos do outro. Atribuiu a onda de arrastões e carros incendiados a uma reação de traficantes às Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), ignorando que as milícias — policiais, bombeiros e até soldados envolvidos em tráfico de drogas e armas, extorsão e ‘gatos‘ de toda espécie, de gás a TV a cabo — são  tão ou mais resistentes que os traficantes às UPPs (um ótimo projeto, diga-se).

O problema é que, no confronto do Rio, não existe a polaridade entre bem e mal apregoada na dramatização midiática, ante o elevado grau de corrupção e envolvimento de agentes da lei com o crime organizado – noves fora a perpetuação de métodos truculentos. A ficha caiu até para o Capitão Nascimento. Mas na cobertura do tal “Dia D”…

Infelizmente, não começamos a vencer o crime no último domingo, como festejou a imprensa. Estamos longe, e só chegaremos lá quando soubermos dizer quem realmente é polícia e quem é bandido. Ou pelo menos identificarmos entre os mortos da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão quem portava um fuzil ou apenas carregava um guarda-chuva.

P.S.: E alguém acha que depois da apreensão de 44 toneladas de maconha no Complexo do Alemão vai faltar erva no Carnaval?

Fonte: YAHOO.

29/11/2010

Censo 2010 indica que existem 190,7 milhões de pessoas no Brasil

Os dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira, apontam que existem 190.732.694 pessoas no Brasil. Na última década, a população aumentou 12,3%, o que, em números absolutos, significa 20.933.524 pessoas. O crescimento foi inferior ao registrado entre 1991 e 2000, quando a população aumentou 15,6%.

O Censo 2010 mostra também que a população está mais urbanizada que há 10 anos. Em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.

Em Porto Alegre, foram registrados 1.409.939 de pessoas de acordo com o Censo deste ano. Entre 2000 e 2010, a população da capital gaúcha aumentou 3,63%.

A região Sudeste continua sendo a região mais populosa do Brasil, com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).

Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 451.227 pessoas. Houve mudanças no ranking dos maiores municípios do país, com Brasília (de 6º para 4º) e Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. Por outro lado, Belo Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º para 9º) perderam posições.

Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou seja existem mais 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.

Fonte: ZERO HORA

Desconstruir o preconceito contra o nordestino - Por Eduardo Sales de Lima

Casos de intolerância contra nordestinos mostram como setores
 da sociedade agem para proteger a estrutura social da qual fazem parte.
              A estudante de direito Mayara Petruso clamou, por meio de uma rede social na internet, por um assassinato em massa. "Nordestino não é gente, faça um favor a São Paulo, mate um nordestino afogado!". A moça proferiu isso por conta da vitória de Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais, atribuindo sua vitória ao voto dos nordestinos.

A atitude dela, entretanto, apenas traça uma caricatura histórica de alguns setores da sociedade brasileira, especialmente o sulista. É de muito que a infelicidade do preconceito encontra eco nas classes médias e elites do país.

Um exemplo disso. Diogo Mainardi, no artigo "Com Dilma, o PT chega em quinto", escrito para a revista Veja, esbaldou-se da visão racista do jornalista carioca Euclides da Cunha (autor de Os Sertões, morto em 1909) para criticar o povo brasileiro e nordestino.

Diz o texto de Mainardi: "analisando a campanha de Canudos, Euclides da Cunha delineou perfeitamente o caráter nacional". O articulista de extrema-direita, ao criticar a vitória de Dilma Rousseff e a continuidade do governo petista, capitaneado com relativo sucesso por um pernambucano, afirma que Euclides da Cunha compreende a mente e o comportamento dos brasileiros quando assemelha os seguidores de Antônio Conselheiro a "retardatários", dotados de uma "moralidade rudimentar" e com uma série de "atributos que impediam a vida num meio mais adiantado e complexo".

Construção
Como testemunha viva da história recente brasileira, o sociólogo pernambucano e professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) Chico de Oliveira, que trabalhou na Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) ao lado do economista Celso Furtado, cita um exemplo e elucida ainda mais o papel de figuras da elite brasileira e paulista na construção do preconceito em relação aos nordestinos.
Eu ouvi de Júlio de Mesquita Filho, na minha cara e na cara de Celso Furtado, há quarenta anos, num seminário promovido aqui em São Paulo, dizer que os esforços para desenvolver e industrializar o Nordeste eram em vão, porque o nordestino não tinha mentalidade para a indústria", conta. Tratava-se, segundo Chico, de uma afirmação, antes de tudo, racial. "Era um líder do jornal Estado de S. Paulo, e o pior é que o Estadão fez a cabeça de metade dos paulistas", diz.

De fato, anos após a infeliz manifestação de Júlio de Mesquita Filho, ou das ponderações de Euclides da Cunha em Os Sertões, o preconceito contra o nordestino arraigou-se não apenas na elite, segundo comprova a recepcionista baiana Juciara Nascimento da Silva, de 25 anos, que vive no bairro do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, há seis anos.

Logo que chegou a São Paulo (SP), Juciara cursou o primeiro ano do ensino médio no Colégio Davi Aguiar Dias, no bairro onde mora. Ela revela que o fato de ser baiana e negra foi primordial para ser um dos alvos principais de gozação da turma. "Me chamavam de 'nega preta' e 'nega encardida'; eu queria voltar para minha casa, na Bahia, e não ir mais para a escola", conta.

Como o preconceito é, sobretudo, ideológico, segundo nos afirma a ex-prefeita de São Paulo e atual deputada federal reeleita pelo PSB (SP), Luiza Erundina, nem sempre ele aparece de forma explícita. "As próprias piadas e certas reações jocosas, aparentemente inofensivas, são expressão desse preconceito arraigado e incorporado em nosso comportamento", salienta Erundina. Segundo ela, que é paraibana, ninguém está isento disso: "até mesmo nós, eventualmente vítimas desse tipo de comportamento, nos pegamos tendo reações que o reafirma", pontua.

Desconstrução
Luiza Erundina pondera que os últimos atos de agressividade empenhados contra nordestinos - surgidos, sobretudo, no estado de São Paulo -, como o da estudante de direito, ocorrem em momentos mais "agudos" da história, de mudança. Ela lembra que o Brasil foi governado por oito anos por Lula, e, agora, terá como presidente uma mulher. Para a deputada, acontecimentos que fogem dos padrões provocam manifestações ideológicas, de intolerância contra o diferente - "do ponto de vista de raça, de gênero, de origem, de classe social" - que "ousa ocupar espaços historicamente ocupados por determinados segmentos da sociedade".

Veio, então, uma sacada, com o fim de reforçar a desconstrução do preconceito contra o nordestino. Segundo conta Erundina, ela nunca se sentiu diminuída ou humilhada por sofrer preconceito. Ao contrário. "Fiz dessas questões das quais eu era vítima um pretexto para reforçar minha participação na luta contra o preconceito e a discriminação", salienta.

Para ela, "se ficarmos recolhidos, vitimizados ou diminuídos, estaremos contribuindo para a reprodução dessa cultura que precisa ser mudada. E cultura não se muda nem por lei, nem por vontade de um e de outro, mas é uma mudança de mentalidade de uma maioria de determinada sociedade", explica a paraibana.
A baiana Juciara engrossa o coro com a ex-prefeita e atesta que, quando retornar à sala de aula para completar o segundo e o terceiro anos do ensino médio, nenhum tipo de ato preconceituoso vai incomodá-la.

O conselho da paraibana à baiana e a todos os brasileiros afeitos à tolerância é: "temos que ter paciência histórica, como dizia Paulo Freire, e não nos sentir diminuídos; temos que travar essa luta".

Fonte: Adital.

28/11/2010

Cadáver Insepulto - Alfredo J. Gonçalves , CS*

      Formas de violência inéditas e imprevistas, pela sua ousadia e criatividade, se multiplicam pelos grandes centros urbanos. Nas últimas semanas, a metrópole do Rio de Janeiro tem sido o cenário principal de inúmeros atos violentos, numa sequência e criatividades sem precedentes. Mas, em maior ou menor grau, eles se estendem igualmente a outras capitais e até às cidades médias e pequenas. Lamentável que, em se tratando do Rio de Janeiro, algumas autoridades e não poucos analistas preocupam-se em primeiro lugar com o risco ao turismo e com as implicações para a realização da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016). Felizmente, para outros, o que está em primeiro lugar é a normalidade da vida e trabalho da população que habita as favelas e periferias da "cidade maravilhosa".
   De um ponto de vista mais abrangente, a violência urbana ganha proporções inusitadas e assustadoras. A guerra entre as forças de segurança, a polícia civil ou militar e o exército, por um lado, e os comandos do narcotráfico e do crime organizado, por outro, continua semeando cadáveres pelo asfalto e pela calçada. As vítimas fatais se constituem, em geral, de jovens ceifados antes dos 25 anos, soldados no cumprimento de seu dever e civis atingidos na trajetória cotidiana. Isso sem falar do pânico da população, que se agrava com os carros incendiados, com os arrastões, com os tiroteios cruzados e com as balas perdidas...(continue lendo)

* Alfredo J. Gonçalves, CS, superior provincial dos missionários carlistas e assessor das pastorais sociais.

Fonte: Revista missoes

Droga de combate

"Qualquer um entende que quando um território cai sob tutela de um poder paralelo, como está acontecendo no Rio, com economia própria, exército próprio, e justiça própria, que resiste a medidas de policiamento e enquadramento por parte do Estado, já não estamos em face de crime comum", escreve José de Souza Martins, sociólogo, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 28-11-2010.
Segundo ele, "a desordem da sociedade da favela está criando uma cultura, que é a cultura do medo, da falta de esperança, da falta de certeza, a cultura da dúvida e do duvidoso. Nenhuma sociedade se constitui com base nessas referências precárias".
Eis o artigo.

“On Death and Dying“

The idea of death makes one aware of one's life, one's vital being – that which is impermanent and will one day end.   When ...