21/08/2010

A volta das freiras feias, por Luis Felipe Pondé

E se a ciência descobrir que fumantes emitem partículas cancerígenas pela respiração?

HÁ DIAS escrevi no caderno Cotidiano desta Folha um artigo cujo título era “Freiras Feias sem Deus” sobre a nova lei antifumo. Um mar de e-mails.

Volto ao tema hoje para aprofundar duas questões que julgo mais importantes neste debate. Uma delas se refere à imagem de uma freira feia sem Deus como metáfora dos fascistas amantes da nova lei. Por que freira, por que feia, por que sem Deus?

Outra questão, mais “séria“, referia-se ao uso do termo “fascismo” para uma lei legitimamente votada num Estado democrático de direito. Como aplicar um termo advindo do universo totalitário ao campo da vida política democrática?

Eu sei, caro leitor: quem é afinado com o debate da filosofia política contemporânea sabe que a suposição de que a democracia seja imune ao fascismo não passa de mera ignorância.

A democracia atual, com suas intenções de corrigir o comportamento do cidadão (elevando-o à categoria de agente moral), pelo contrário, bebe muito na inspiração fascista.

A referência da “freira” aqui é simbólica, é claro. “Freira” remete à figura da mulher religiosa maníaca pelo controle das paixões e dos desejos, uma espécie de fiscal da virtude e do pecado. Ela ama castigar o pecador enquanto se olha no espelho e vê sua face como sendo a do espírito puríssimo. Não muito distante do não fumante militante que, ainda que não confesse, vê o fumante como um lixo da humanidade, alguém que tem prazer em se melar com a morte.

“Feia” é a figura da deformação interna da alma advinda desta fiscalização orgulhosa. Goza a noite em seu quartinho abafado, com a ideia de que, finalmente, aqueles que ela detesta serão humilhados. Como ratos que se escondem no escuro pra respirar seu ar doente.

“Sem Deus” é uma referência mais sofisticada. A relação entre a luta contra o pecado e o vício, por um lado, e Deus, por outro, implica a noção de piedade. Deus é uma ideia que traz em si um abismo no qual miséria humana e misericórdia divina se encontram.

Uma freira feia sem Deus é terrível porque a única coisa que ela deseja é a violência legal como controle total do pecador, sem amor algum pelo infeliz. Ao pecador resta apenas a miséria e a vergonha.

Já o fascismo é, no fundo, uma religião civil e não um tipo específico de política ou governo. Manifesta-se como um governo cuja autoimagem é a de um agente moral na sociedade. Agente este movido pela fé em gerar melhores cidadãos, por meio do constrangimento legal e científico dos comportamentos.

Na democracia, o fascismo ainda é mais perigoso porque tende a ser invisível. Esta invisibilidade nasce da ilusão de que a legitimidade pelo voto inviabiliza o motor purificador do fascismo. Pelo contrário, a própria ideia de “maioria” ou de “vontade do povo” trai a vocação fascista.

O fator saúde, seja pessoal, seja do planeta, seja da sociedade, sempre foi uma paixão fascista -isto já é largamente conhecido. A própria noção de progresso como saúde social canta hinos fascistas.

Perguntará o leitor: mas se for assim, não tem solução! Sim, tem, basta o governo ser mais cético com seus impulsos de purificação do mundo e se ater a sua condição de “síndico” da sociedade e não de reformador. A ideia de uma sociedade “saudável” já é fascista. O estado moderno tem em seu DNA a vocação ao fascismo.

Outro veneno é a associação com a ciência. Aqui tocamos o fundo do poço. Só idiotas, ou fascistas confessos, mesmo que mentirosos, creem em verdades científicas como parceiros éticos.

A rejeição de comportamentos construída via argumento científico tem a seu favor do ponto de vista do fascista a segurança de que ela é inquestionável. E se a “ciência” tivesse provado que os judeus eram mesmo seres inferiores e eticamente poluidores do mundo, seria correto exterminá-los? Ou pelo menos confiná-los?

Imagine, caro leitor, se em alguns anos “a ciência descobrir” que fumantes e ex-fumantes emitem partículas cancerígenas pela respiração. Claro que esse “a ciência descobrir” pode significar uns quatro ou cinco trabalhos financiados por lobbies contra os fumantes. Como proceder?

Arrisco dizer que nossas freiras feias sem Deus proporiam campos de concentração para os fumantes. Assim garantiríamos um ar sempre puro. A inspiração fascista da modernidade é resultado da secularização do cristianismo e seu desejo de perfeição. Pena que só sobraram as freiras feias e sem Deus.

Fonte: Verdes Trigos

CNBB condena mudança no Código Florestal

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condena eventuais alterações no atual Código Florestal Brasileiro. A proposta de mudança está na Câmara, à espera de votação. Em nota, a CNBB desaprova pontos do projeto de lei, como a anistia a produtores rurais que cometeram crime ambiental até julho de 2008 e a desobrigação da manutenção de reserva legal para propriedades de até 4 módulos fiscais.


“A Igreja vê com preocupação essas mudanças propostas. Queremos que pelo menos se faça uma discussão mais ampla”, defendeu o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha. A conferência também ressalta que as alterações propostas, se aprovadas, “estão em desacordo” com o compromisso de redução de gás carbônico, assumido pelo governo brasileiro em Copenhague, em dezembro de 2009.


Fonte: Estado/ Planeta

20/08/2010

Bwana Unaweza

SÃO BERNARDO: A VERDADEIRA TEOLOGIA É ENCONTRO COM JESUS

PAPA SOBRE SÃO BERNARDO: ENSINA-NOS QUE VERDADEIRA TEOLOGIA É ENCONTRO COM JESUS.

A Igreja celebra, nesta sexta-feira, a memória litúrgica de São Bernardo de Claraval, definido como "o último dos Padres da Igreja".

Tendo vivido no Séc. XII, São Bernardo é um dos máximos expoentes da Teologia monástica. Bento XVI dedicou duas audiências gerais à sua figura e a seus ensinamentos. Somos exortados por este Santo a buscar Deus com a oração e a contemplação, e não com o mero exercício da razão.

Segundo São Bernardo, a única finalidade que a Teologia deve ter é "promover a experiência viva e íntima de Deus". Para o monge francês, ressalta o Santo Padre, a Teologia deve ser "uma ajuda para amar sempre e cada vez mais e melhor o Senhor":

"De fato, para Bernardo o verdadeiro conhecimento de Deus consiste na experiência pessoal, profunda de Jesus Cristo e do seu amor. E isso... vale para todo cristão: a fé é, sobretudo, encontro pessoal, íntimo com Jesus, é fazer experiência da sua proximidade, da sua amizade, do seu amor, e somente assim se aprende a conhecê-lo sempre mais, a amá-lo e segui-lo sempre mais. Que isso possa acontecer com cada um de nós." (Audiência Geral, 21 de outubro de 2009)

O Papa recorda que São Bernardo era um homem apaixonado por Jesus e Maria. Dante Alighieri atribui a ele na Divina Comédia a oração a Maria: "Virgem Mãe, filha de teu Filho, humilde e alta mais que criatura, termo fixo de eterno conselho". Um amor que – observa o Pontífice – também hoje os teólogos deveriam levar em consideração:

"Às vezes se pretende resolver as questões fundamentais sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo somente com as forças da razão. São Bernardo, por sua vez, solidamente fundado na Bíblia e nos Padres da Igreja, recorda-nos que sem uma profunda fé em Deus, alimentada pela oração e pela contemplação, por uma íntima relação com o Senhor, as nossas reflexões sobre os mistérios divinos correm o risco de se tornar um exercício intelectual vão, e perdem a sua credibilidade." (Audiência Geral , 21 de outubro de 2009)

Como Bernardo de Claraval, também nós devemos reconhecer que o homem busca melhor e encontra mais facilmente Deus "com a oração do que com a discussão":

"No final, a figura mais verdadeira do teólogo e de todo evangelizador permanece sendo a do Apóstolo João, que encostou a sua cabeça no coração do Mestre."

(Audiência Geral, 21 de outubro de 2009) (RL)

OPINION: Will the world ever Know who Killed Fr. Kaiser? By Omwoyo Omwoyo*

Ten Years on, Ten More Questions At the crack of dawn on an August morning 10 years ago, two butchers on their way to the market bumped upon a white pickup that seemed to have crashed by the roadside at a lonely junction, near Naivasha, a 100 km west of Nairobi. In the dim morning light, the pair made out the body of a large white male, lying on his back, a shotgun at his feet and blood oozing from where the back of his head should have been. Also in conspicuous view, was a big pink rosary.

Two hours, later when the police arrived and a crowd had gathered at the scene, body was identified as that of Fr John Anthony Kaiser, a Mill Hill Missionary priest from Ngong Diocese, who was well known for his human rights crusade. He was an American priest who first came to Africa 36 before then as a missionary, freshly ordained. In the few years before his death, Kaiser had become the epitome of human rights in Kenya or the voice of the people, unafraid to speak out against the corruption that permeated the Kenyan government.

Silencing Critics
In an email to colleagues in the US, published in an article appearing in the Riverfront Times of St. Louis, Cornelius Schilders, former bishop of Ngong, Kaiser’s old diocese said that “In public forums and in the Kenyan and international press, Kaiser accused then Kenya’s president, Daniel arap Moi, of staging bloody tribal wars in order to drive people from their land and seize it for his cronies.” It was because of the priest that stories about the harsh conditions at Maela camp, a government dumping ground for internal refugees began to appear. Facing international embarrassment and the loss of foreign aid, Moi decided to close down the camp and disperse the refugees. Government soldiers arrived in Maela on Christmas Eve of 1993 but Kaiser refused to let them in, blocking the church entrance with his bulky frame. He was spirited away, beaten and left for dead in the forest but, somehow, survived.

For the remaining days of his life, Kaiser was harassed by agents of the Kenyan government. They tailed his car at night and threw rocks through the windows of his house. And yet, he was not cowed by all these. Many people who spoke out against the oppression and corruption disappeared, says Bishop Cornelius in his E-mail. Throughout the 1990s, Kaiser had been followed, harassed and even beaten and placed under house arrest by Kenyan police. He fought on. In 1998, when Moi set up the Akiwumi Commission to look into the causes of ethnic violence, Kaiser was determined to testify, and when he finally did in February 1999, his testimony caused a sensation. He claimed the government had instigated the tribal clashes, and named names including President Moi himself. The Akiwumi Commission struck Kaiser’s testimony from the record. Having taken on many issues and running into trouble quite often, a sympathetic government security agent warned him of plans to assassinate him.

So, what Really Happened that Fateful Morning?
Talking to media on the day the body was discovered, Naivasha police told journalists that he had been shot in a “gangland-style execution.” Andrew Kimetto, then Nakuru police commander, described Kaiser’s final hours to media thus: “Kaiser’s truck was hijacked and driven off the main road into the forest. He was pulled from the truck and forced to kneel and say his final prayers. An assassin then shot him in the back of the head. The killers drove the truck back to the Naivasha-Nakuru Highway, dumped his body in a ditch and disappeared.” He added that the crime scene had been staged to look like a suicide. Kimetto ordered an investigation into the murder.

The Big Concoction
But just as sudden as his death, a suicide theory emerged from nowhere and seemed to carry the day. “ http://en.wikipedia.org/wiki/John_Anthony_Kaiser - cite_note-33#cite_note-33.” Kenya’s chief government pathologist and a pathologist from an independent human rights organization present at the autopsy concluded that the missionary was killed from a muzzle distance of about 3 feet (0.91 m), “From which suicide would be impossible. “ http://en.wikipedia.org/wiki/John_Anthony_Kaiser - cite_note-34#cite_note-34 However, an FBI expert from Texas, who did not examine Fr. Kaiser but only saw photographs, concluded that Kaiser had committed suicide. “ http://en.wikipedia.org/wiki/John_Anthony_Kaiser - cite_note-35#cite_note-35.” The Moi government readily concurred. “ http://en.wikipedia.org/wiki/John_Anthony_Kaiser - cite_note-36#cite_note-36.” The FBI report said colleagues described him as “out of sorts,” “tense,” “scared,” “exceptionally nervous” and “haunted.” He was seen crying at Mass and spent nights awake with a shotgun by his side, and when he did sleep, “Father Kaiser could be heard calling out the names of prominent Kenyan politicians.” The report continued.

Yet that was all they relied on. Nothing about the threats he had received, the kidnappings, the stones to his house. Just the nervousness and fear. They did not even bother to read an open letter to his family and friends shortly before he died: “I want all to know that if I disappear from the scene, because the bush is vast and hyenas many that I am not planning any neither accident, nor, God forbid, any self-destruction.” Suicide is a mortal sin, a violation of everything Kaiser stood for as a Catholic priest.

Kaiser was Murdered, but Who Did it?
The Catholic Church condemned the report and began pressuring the government of Kenya and the United States to launch an inquest into Kaiser’s death. The Kenyan courts finally began the inquest in 2003, after Moi had been swept from power. It dragged on for more than four years, with frequent recesses and a change in the magistrate halfway through. 111 witnesses gave testimony and the magistrate called the FBI agents to the stand three times, but they never appeared or gave any explanation for their absence. The inquest ended on June 12, 2007, after hearing from the witnesses. The presiding magistrate, Maureen Odero, ruled on August 1, 2007 that Kaiser was murdered, added that the “Suicide Theory” was based on a pre-conceived notion, but stated that “she could not ­ on the basis of evidence tabled before her in the inquest ­ point out with certainty who the priest’s killers were.”http://en.wikipedia.org/wiki/John_Anthony_Kaiser - cite_note-44#cite_note-44

Of What Use are the Ceremonies?
In Kenya today, the American missionary remains a national hero. Children are named after him. Every August 24, a big celebration for his life and times here is held. But that is almost all. Beatrice Odera of the Catholic Justice and Peace Commission at the Kenya Episcopal Conference (KEC) says the objective of the celebrations is to advocate for the progress of the case in the court. One wonders what case they are talking about with no single suspect in custody ten years later, no investigations ongoing and nothing much from the church hierarchy.

According to Fr. Vincent Wambugu, the KEC secretary general, after incessant prayers and reflection, the bishops decided that the late priest’s anniversaries should be held locally in churches rather than congregating for a national celebration. “The bishop’s wish is for the court to bring the investigations to a reasonable conclusion. Our strong message for this occasion is that the government should speed up investigations so that this matter can be put behind us,” the priest told The Seed in an interview.

A Litany of Murders
Ten years later, with a lot of encouraging talk and little action from the church hierarchy,one can only count, with amazement, not the number of suspects in custody but the number of missionaries sent to their early graves. Fr. Jeremiah Roche, an Irish Kiltegan Missionary was stripped naked and brutally murdered on the night of December 10, 2009 in his house at Keongo parish, in Kericho Diocese. A seemingly straight forward murder case, there is nothing to show for it except nine suspects in custody, unnecessary postponements and now, the transfer of the magistrate handling the case.

An Italian Consolata Missionary, Fr. Giuseppe Bertaina was also murdered in January 2009 by thugs, who walked into his office in broad day light at the Consolata Institute of Philosophy, Lang’ata, Nairobi. The thugs tied up the 82-year-old priest, stuffed his mouth with papers and fled with an unknown amount of money. According to Brother Kenneth Wekesa, IMC, who is following up the case, “the culprits have defended themselves and now we are awaiting the state council and the doctor’s findings.”

Then there is Bishop Luigi Locati, murdered on July 24, 2005 in Isiolo Diocese. A murder suspected to have been planned by one of his priests. Thirty five witnesses have given evidence and eight more are lined up. Another brutal murder happened in Ngong Diocese in 2004 where Irish-born priest of St Barnabas Parish Matasia, Fr. John Hannon of Society of African missionaries was killed by unknown people.

Mother, Protect your Children
The list of death is agonizingly long. And so is the deafening silence. But what is more agonizing is that mother church is doing nothing about it. Kill a policeman, there is fire and brimstone to pay. Kill a Muslim cleric and you will be smoked out of your hideout. Kill a Catholic missionary or even a bishop and issuing long pastoral letters seems to be the operating theme.

There is only one way to ensure quick justice is delivered for the innocent blood of missionaries shed all over the country. Only one way to ensure butchers going about their business at wee hours of the morning see only the blood of animals at slaughterhouses and not of Catholic missionaries. Take a stand and let the world know you will not sit by and watch your foot soldiers killed for leisure.

*The writer is the Communications coordinator of the Catholic Diocese of Nakuru and Assistant Editor CISA. This Article first appeared in The Seed Magazine of August 2010.

Israel aceita convite dos EUA para diálogo direto com palestinos

Israel aceitou imediatamente o convite dos Estados Unidos para iniciar um processo de negociações de paz diretas com os palestinos, no próximo dia 2 de setembro em Washington.


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se mostrou satisfeito com a proposta da Casa Branca e afirmou que "conseguir um acordo de paz é difícil, mas possível".

O chefe do Governo israelense disse que chegará à mesa de negociação "com o desejo genuíno de conseguir a paz entre os dois povos e preservar os interesses nacionais de Israel, o principal deles sua segurança", informou a edição digital do diário "Yedioth Ahronoth".

Por sua vez, os palestinos convocaram para esta noite uma reunião de urgência do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que se ocupa das negociações de paz.

No encontro, será decidida a resposta a ser dada à proposta americana.

O chefe negociador palestino, Saeb Erekat, ressaltou que a declaração do Quarteto para o Oriente Médio (EUA, ONU, União Europeia e Rússia) "contém os ingredientes necessários" para que haja negociações, informou à Agência Efe um porta-voz da equipe de negociações.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, convidou hoje Netanyahu e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, para uma viagem a Washington no início de setembro para retomar o processo direto de paz, que permanece estagnado desde dezembro de 2008.

Pouco mais tarde, o Quarteto expressou apoio à proposta americana e "determinação para respaldar as partes ao longo da negociação, que pode concluir em um ano" com um possível acordo.

Além disso, reafirmou o compromisso manifestado anteriormente que a meta das negociações deve ser um compromisso "que ponha fim à ocupação que começou em 1967 e resulte na proclamação de um Estado palestino independente, democrático e viável, que conviva em paz com Israel e seus outros vizinhos".

Fonte: EFE

Sammy Wambua - Rose Watwa wa kisumu (Kilunda - Kosvo)

Mwali wa Kikamba Vendela wa mativo

CASTIGO - JORGE & MATEUS

CONGO RD - “Não às divisões, sim à unidade no respeito da riqueza da diversidade”

"Não à divisão e às violências, sim à unidade na diversidade". É este o significado da mensagem que o clero da diocese de Tshumbe, na província do Kasai oriental (desde 2005 província Sankuru) na República Democrática do Congo, dirigiu à população na iminência das comemorações do centenário de evangelização do lugar.


Segundo a agência da DIA, o clero de Tshumbe, juntamente com o bispo local, Dom Nicolas Djomo (que também é presidente da Conferência Episcopal do Congo) decidiu aplicar à população depois de terem "tomado consciência da necessidade de tomar uma posição clara frente à situação que se criou em nossa região, ou as tensões sociais com base na falsa divisão Ekonda (floresta) - Eswe (savana), originado em 1963, e novamente o requerente, cujas últimas tristes manifestações que remontam a março e abril de 2010 em Lodja e Tshumbe.

Em 1963, instigado pelas manobras de políticos sem escrúpulos, a comunidade Tetela foi dividida entre Ekonda os Eswe, dependendo se a pessoa mora na área de floresta ou da savana. As tensões levaram a violentos confrontos que causaram milhares de mortes e o êxodo em massa da população. Essas tensões permaneceram latentes nas décadas seguintes.

Em Março e Abril de 2010 houve uma série de acidentes (algumas pessoas foram espancadas e muitas casas foram incendiadas) em Lodja e Tshumbe.

"Diante das vítimas dos eventos dolorosos, em 1963, que resultou na perda de muitas vidas e a destruição de propriedades, com a deslocação maciça de populações inteiras, primeiramente nós expressamos os nossos mais profundos sentimentos e por outro o nosso repúdio contra os instigadores destes atos malvados", afirma a mensagem.

Referindo-se aos recentes acontecimentos, o documento continua: "na frente de inúmeras tentativas de dividir e enfraquecer a unidade do Sankuru e do povo Tetela-Kusu em seu todo, nós convidamos a família de Deus a permanecer unida e firme solidariedade". "No que diz respeito à diversidade que caracteriza o nosso povo, nós não aceitamos que esta, ao invés de ser um enriquecimento, torne-se uma fonte constante de ansiedade, medo e divisão".

O clero de Tshumbe denuncia e “rejeita com força as repetidas tentativas de manipulação da Igreja e seus agentes”.O documento convida, no encerramento do Centenário, as paróquias, Comunidades eclesiais de base, as famílias a organizarem os rituais de perdão e reconciliação. "Nós estendemos a nossa fervorosa oração a Cristo, Salvador do mundo, por intercessão da Virgem Maria, Mãe do Redentor e Padroeira da nossa Diocese, que nos mantenha unidos na fraternidade universal dos filhos de Deus" - conclui a mensagem. (L.M.)

Fonte: Fides.

KENYA: Catholic Bishops Statement on the Constitution

Here is a statement from the Catholic Bishops of Kenya released after their Plenary Assembly on August 19, 2010 in Nairobi.

May God be with Kenya!

“Go, therefore to all nations......teach them to observe all I have commanded you. And behold, I am with you always, until the end of the age”. (Matthew 28: 19-20).

Our dear Christians, our dear Kenyans and all People of Good will.

We have travelled a long and arduous road that has seen us speak to you as your shepherds and direct your footsteps along the road of proper choice. We are convinced before God that we have played our role, as mandated to us, with diligence and respect. We have not shied away from stating unequivocally what are the tenets of our faith, in regard to certain issues in our new Constitution. It was, it is and it will continue to be our duty.

Now, Kenyans have voted after having heard what we, the Catholic Church in Kenya, and various people had to tell them. We respect the outcome of the referendum, where the larger numbers of Kenyans have voted to accept this new constitution. However, truth and right are not about numbers. We therefore, as the shepherds placed to give moral guidance to our people, still reiterate the need to address the flawed moral issues in this new Constitution. That voice will never be silenced.

We thank all the Christians and many Kenyans of good will who voted “no” in consideration of the issues raised by the Church. We also acknowledge many who voted “yes” while having serious misgivings on the moral issues contained in the constitution. We understand the many pressures that were at play at this time, and call upon you to revisit and play a crucial role in addressing these issues as we now seek to implement the Constitution and forge a way forward in the general reforms we now have to embark on.

The Church desires an authentic reform process, and will remain at the forefront to support a good Constitution and the legal reform process in this country. This reform process cannot end, must not end, since we all aspire to build a better society that will respect the rights of all and facilitate our economic, social and moral development. Most Kenyans indeed recognised that the proposed Constitution we voted for or against on 4th August 2010 had errors that needed to be corrected. We ask that these issues be addressed through the process of amendments as promised by the principals during the campaign period.
As we move to the post-referendum reality, we would like to urge all Kenyans of good will to be united in affirming the following truths:
1. The Supremacy of God’s Law over politics and human laws. We urge all to uphold respect for moral norms, which are a necessary safeguard for the dignity of the human person and are the basis for social order. We assert that these divine laws, expressed to us through natural law, are and must remain pre-eminent over all human laws, including the Constitution and Acts of Parliament which ought to be always designed and interpreted in ways that give effect to natural law. As we now embark on the process of implementation, we ask all those involved to remain vigilant to these demands of natural law. Moreover we call for mutual respect of all political and business leaders, our media commentators and religious leaders and all other Kenyans, and call upon all, to exercise prudence in our various efforts to build a new Kenya.
2. The need for love, peace and unity. We recognise the peaceful way in which Kenyans have generally conducted themselves during the referendum voting process. We ask Kenyans to make even greater efforts now to uphold the need for peace, love and unity in our relations as brothers and sisters to all other Kenyans. After taking divergent positions, there comes the unity of a common purpose.
3. Need for forgiveness and respect. We have experienced a lot of unwarranted exchanges, accusations and insults during this period, sometimes even addressed to the Church leaders. In a true Christian spirit of forgiveness and reconciliation, we urge all to forgive each other from the heart, forgive even those injuries we may have suffered. However, we must not be cowed by these utterances but we shall remain firm in our role as the conscience of the nation and stewards of moral values.
4. Reaching out to the underprivileged and the weak. As we continue with our constitutional and legal reform process, we appeal to all Kenyans and to our development partners to recognise the need to continuously focus on the underprivileged and the weak, as a demand of justice in accord with the social doctrine of the Church. Pope Benedict XVI makes an important point when reflecting on the need for integral human development. After noting that “one of the most striking aspects of development in the present day is the important question of respect for life”, he asserts that “openness to life is at the centre of true development.” (Caritas in Veritate, No. 28). In other words, let us not forget the weakest and most vulnerable and defenceless members of society among us, the unborn children, who we should accept and cherish as wonderful gifts from God and part of the miracle of life and procreation that we humans share with our Divine Creator. Let us also especially remember the mothers who face various societal pressures as they seek to cherish the gift of life. When Life is not respected, the society inevitably degenerates into violence and crime.
5. Need for continued moral and civic education. During the Constitution reform and campaign period, we the pastors of the church have noted with greater force the need to continually provide a proper integral and balanced moral and civic education to all. We as the Church leaders are committed to foster this process.
Conclusion
In conclusion, we would like to invite all Kenyans to join us in the task of developing a better society where all our members are cherished and loved, where human solidarity and economic effectiveness travel side by side. We ask all to remember these important words of Pope Benedict XVI, “The Christian religion and other religions can offer their contribution to development only if God has a place in the public realm, specifically in regard to its cultural, social, economic and particularly its political dimensions.... Reason always stands in need of being purified by faith; this also holds true for political reason, which must not consider itself omnipotent.” (Caritas in Veritate, No. 56)

Let us join hands in seeking true authentic human development as we continue to pursue constitutional, legal and societal reform. The destiny of our country is more important than individuals. The destiny of our country is to have people of high morals and the good of our current and future generations depend on it.

We assure all Kenyans of our prayers in this new stage of our life as a Nation. There is a lot still ahead of us, and we must continue to determine what kind of society we wish to build. We have those great dreams for this nation and its people, which are part of God’s plans for us. Let us therefore do our part, without fear and with justice. May God be with us, in our journey as a Nation! May we recognize him as our point of reference. Amen.
Signed by: His Eminence John Cardinal Njue, Archbishop of Nairobi, Apostolic Administrator Ngong Diocese and Chairman Kenya Episcopal Conference (KEC).
1. Rt. Rev. Philip Sulumeti - Vice Chairman Kakamega
2. Most Rev. Zacchaeus Okoth Kisumu
3. Most Rev. Boniface Lele Mombasa
4. Rt. Rev. Peter Kairo Nyeri
5. Rt. Rev. Paul Darmanin Garissa
6. Rt. Rev. Cornelius K. Arap Korir Eldoret
7. Rt. Rev. Joseph Mairura Okemwa Kisii
8. Rt. Rev. Philip Anyolo Homa Bay
9. Rt. Rev. Alfred Rotich Military Ordinariate
10. Rt. Rev. Maurice Crowley Kitale
11. Rt. Rev. Norman Wambua King’oo Bungoma
12. Rt. Rev. Peter Kihara, IMC Marsabit
13. Rt. Rev. David Kamau - Auxiliary Bishop Nairobi
14. Rt. Rev. Anthony Ireri Mukobo, IMC Isiolo Vicariate
15. Rt. Rev. Patrick Harrington Lodwar
16. Rt. Rev. Virgilio Pante Maralal
17. Rt. Rev. Salesius Mugambi Meru
18. Rt. Rev. Luigi Paiaro Nyahururu
19. Rt. Rev. Emmanuel Okombo Kericho
20. Rt. Rev. Martin Kivuva Musonde Machakos
- Apostolic Administrator Malindi
21. Rt. Anthony Muheria Kitui
22. Rt. Rev. Paul Kariuki Njiru Embu
23. Rt. Rev. James Wainaina Muranga
24. Rt. Rev. Maurice Muhatia Nakuru
25. Rt. Rev. Dominic Kimengich – Aux. Bishop Lodwar
Fonte: CISA - NAIROBI, August 20, 2010.

19/08/2010

Aprende o que significa: Mt 21,28-32

“Naquele tempo, Jesus disse: "Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: "Filho, vai trabalhar hoje na vinha!" O filho respondeu: "Não quero". Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: "Sim, senhor, eu vou". Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?" Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: "O primeiro". Então Jesus lhes disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. João veio até vós, com um caminho de justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não mudastes de atitude”

****************AMEM*************

Fonte: Biblia...

QUÊNIA - A Igreja recorda Pe. Kaiser

A Igreja Católica recorda o 10 º aniversário da morte do Padre John Anthony Kaiser, Missionário Mill Hill assassinado no Quênia, porque defendia os direitos dos pobres. Uma missa de sufrágio será celebrada em 19 de agosto de 2010 na Basílica Menor da Sagrada Família, em Nairóbi. A missa será precedida por uma procissão guiada por Sua Eminência, Cardeal John Njue, Arcebispo de Nairóbi, da qual participarão numerosos bispos, além dos sobrinhos de Pe. Kaiser.


Em 22 de agosto outra missa em memória do missionário assassinado será celebrada na Igreja de São Francisco Xavier, em Naivasha, e outra missa será celebrada na Paróquia Lolgorian, na diocese de Ngong, onde Pe. Kaiser prestou serviço. Em 2 de setembro se realizará um convenho sobre a pessoa do missionário assassinato no Kenyatta, International Conference Center (KICC), em Nairóbi.

Segundo a irmã Nuala Brangane, Coordenadora da Comissão “Justiça e Paz” da Associação das Religiosas do Quênia (AOSK-CPM), a cerimônia de comemoração irá destacar as condições dos deslocados internos. "Esperamos, também, enfrentar o problema da impunidade, porque há ainda muitos casos de homicídios não resolvidos e de tortura impunidos e aproveitar esta oportunidade para destacar as problemáticas que podem levar a um país democrático e pacífico", disse a religiosa à Agência CISA.

Pe. Kaiser se opunha à limpeza étnica no Rift Valley e era um crítico do regime do ex-presidente Daniel Moi. Ficou conhecido no âmbito nacional nos anos 90, quando fez uma forte resistência à expulsão do deslocados internos acampados em Maela no Narok, que anteriormente tinham sido expulsos de Enoosupukia.

Segundo Pe. Kaiser, os deslocadas de Rift Valley entre 1986 e 1995 foram um milhão. Os bispos do Quênia denunciaram várias vezes o uso instrumental por parte dos políticos do tribalismo, que provocaram confrontos e a fuga de milhões de pessoas das áreas mais férteis do país (ver Fides 16/1/2008).

Em 24 de agosto do ano 2000, Pe. Kaiser que trabalhava no Quênia há 36 anos foi encontrado na beira da estrada em Naivasha, a cerca de 90 km ao noroeste de Nairóbi, com uma bala na cabeça.

A Igreja queniana rejeitou as conclusões das investigações do Federal Bureau of Investigations (FBI) - Departamento Federal de Investigações – segundo as quais o missionário teria cometido suicídio. A Igreja Católica no Quênia ainda espera que a verdade sobre quem matou o missionário seja um dia revelada. (L.M.)

Fonte: Agência Fides 18/8/2010

A cracolândia - Autor: Pe. Alfredo J. Gonçalves *

Um dos retratos mais perturbadores do crime organizado e do tráfico de drogas é, sem dúvida, o conjunto de ruas, esquinas e becos que formam a cracolândia, no centro de São Paulo. Chaga viva e purulenta de uma violência que sempre rebenta no lado mais fraco da rede do narcotráfico.
Frente a essas centenas (ou milhares?) de crianças, adolescentes e jovens, marcados por feridas no corpo e na alma, muitas perguntas se levantam. O que os levou a semelhante situação? Como, em sua maioria, perderam o vínculo com suas casas? Ou pior ainda, por que muitas dessas casas também estão envolvidas na malha do crime? As crianças abandonaram a família ou esta abandonou as crianças? E quem, em última instância, abandonou crianças e famílias?

Da mesma forma que as perguntas, também as respostas são complexas. Envolvem uma série de fatores entrelaçados. Mesclam-se e se confundem elementos de ordem econômica, social, política, escolar, familiar, etc. O fato bruto é que esses usuários de droga (que não raro viram traficantes), desde tenra idade constituem o lado mais vulneráveis da pobreza, da miséria e da exclusão social.

Abandonados ao próprio destino e sem qualquer perspectiva de futuro, são facilmente arregimentados pelas organizações clandestinas e contravencionais. Praticamente desde o berço, tornam-se vítimas em potencial da violência e do crime organizado. Nem bem começam a entender o mundo que os cerca, e já a ratoeira está armada sobre suas cabeças atormentadas pela carência.

Dois caminhos convergem para uma encruzilhada perigosa e explosiva. De um lado, essas crianças, adolescentes e jovens, como plantas frágeis batidas por ventos tempestuosos, tornam-se reféns da violência estrutural e institucionalizada que marca historicamente a sociedade brasileira. Assimetrias e disparidades socioeconômicas se acumulam numa panela de pressão, até explodir sobre os setores mais fragilizados da população. Os jardins em que nascem e crescem tais plantas já se encontram infestados de ervas daninhas.

De outro lado, as vítimas se voltam contra seus agressores. Para adquirir as drogas que as defende de um "mundo cão" e as mantém num clima de euforia, precisam encontrar dinheiro. Os grandes traficantes não perdoam. Ou os usuários pagam a mercadoria no prazo determinado ou estão condenados a uma morte trágica e precoce. São poucos os que chegam à vida adulta.

E assim se completa e se fecha o círculo vicioso do crime: os reféns da violência econômica e social tornam igualmente reféns os cidadãos que se beneficiam das desigualdades históricas e estruturais. A cidade vira refém de suas vítimas, refém de suas próprias crianças, adolescentes e jovens. Em atitudes crescentemente arrojadas, eles começam vendendo os bens de seus familiares (quando ainda existe tal vínculo), avançam para furtos e roubos, terminando em assaltos à mão armada e, no fim da linha, em latrocínios, seqüestros e quadrilhas organizadas.

Os transeuntes se vêem abordados nas ruas, as casas são invadidas, as lojas saqueadas pó uma ou mais vezes, os bancos assaltados, edifícios inteiros tomados por grupos fortemente armados... Um e outro lado acabam reféns do medo. Quem será o próximo! A vida se banaliza, valendo tanto ou menos que um par de tênis, um relógio, um colar, uma jóia, ou alguns trocados para comprar uma pedra de crack.

A grande ironia desse "círculo de aço" é que a violência, frequentemente, se abate sobre as pessoas de maior intimidade, sobre aqueles que mais amamos. Filhos que, tomados pelo vício e desesperados, devastam o interior de suas próprias casas; irmãos que, na família, convivem diariamente com cenas violentas e traumáticas; mães obrigadas a reconhecer o corpo de seus "meninos" sem vida, estirados sobre o frio mármore das mesas do IML; namoradas, noivas, companheiras ou esposas expostas à fúria provocada pelo consumo de narcóticos; pais não vendo outra alternativa senão denunciar os próprios filhos; meninos e meninas amarradas com cordas e correntes aos móveis da casa, pois a família não sabe mais como controlar a situação...

Isto sem falar dos confrontos com as forças policiais, com sua colheita inevitável de "presuntos"; das guerras perpetradas entre as gangues pelo controle do tráfico, também estas deixando seus mortos pelas ruas; dos grupos de extermínio, dispostos a ceifar vidas humanas em chacinas que se repetem e que horrorizam as noites das grandes metrópoles; dos tiroteios e das balas perdidas, muitas vezes encontradas no corpo de pessoas que nem sabem porque foram feridas ou mortas.

Sociedade mutilada e que mutila. Mutilada em sua segurança, tranqüilidade e conforto, em sua justiça e solidariedade. Eterna refém de uma violência vulcânica, mas que entra em erupção e espalha chamas com espantosa frequência. E sociedade que mutila os sonhos, esperanças e o futuro de suas crianças, adolescentes e jovens, tornando-os, eles também, reféns da pobreza, do desemprego e da fome. O que os torna vítimas fáceis da droga, do vício e da violência organizada.
Cracolândia é sinônimo de devastação e de ruptura. Devastação de vidas e de famílias, ruptura de laços e do tecido social. Embora para poucos, o retorno é difícil, mas não possível. Exige, porém, uma overdose de escuta, carinho, atenção, diálogo, acolhida, amor, acompanhamento profissional - tudo ao contrário da rejeição, da exclusão e da repressão!

*Assessor das Pastorais Sociais.

18/08/2010

Abel, por Luis Felipe Pondé*

O que é uma espiritualidade mesquinha? Fácil responder essa. Espiritualidade mesquinha é, antes de tudo, uma forma de crença que deforma a face do crente, iluminando seus caninos ocultos. Aquela que sempre medita com o objetivo de nos tornar mais poderosos e bem-sucedidos. Essa praga espiritual está em toda parte porque, simplesmente, não conseguimos entender que, para salvarmos nossa vida, temos que perdê-la...continue lendo


*Artigo publicado na Folha de São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2010. Luis Felipe Pondé é filósofo e psicanalista, doutorado em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós-doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv. Atuou como professor convidado nas universidades de Marburg (Alemanha) e de Sevilha (Espanha). Atualmente é professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião e do Departamento de Teologia da PUC- SP, da Faculdade de Comunicação da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e professor convidado da pós-graduação de ensino em ciências da saúde da Universidade Federal de São Paulo e da Casa do Saber.
Autor, entre outros títulos, de “ O Homem Insuficiente “, “ Crítica e Profecia”, ” Filosofia da Religião em Dostoievski”, ” Conhecimento na Desgraça ” e ” Ensaios de Filosofia da Religião”. É articulista da Folha de S. Paulo, com coluna semanal às segundas-feiras.

A porta estreita- XXI Domingo TC (Leitura Orante)

Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Ele respondeu: ”Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta! ’. Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste em nossas praças!’ Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniqüidade!’ E ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no Reino de Deus, enquanto vós mesmos sereis lançados fora. Virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”. (Lucas 13, 22-30)
LECTIO – Leitura
O evangelho proposta para nossa reflexão recorda-nos o rumo de Jesus, ele vai em direção a Jerusalém. Este pequeno detalhe é importante para entender o quadro onde se insere este “pedaço” do evangelho. O interesse central desta “viagem” é apresentar os traços do autêntico discípulo e apontar o caminho do “Reino” à comunidade cristã. O texto em consideração é constituído por materiais que chegaram ao autor do evangelho de várias procedências. O autor os junto neste contexto por razões de interesse temático. Inicialmente, eram “ditos” de Jesus (pronunciados em contextos distintos) sobre a entrada no “Reino”. Lucas aproveita-os para mostrar as diferenças entre a teologia dos judeus e a de Jesus, a propósito da salvação. Assim fica fácil entender que o tema do evangelho seja a salvação. Tudo começa com uma pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” Continue lendo...

17/08/2010

Ti Ti Ti , a novela da vida real...

A novela re-exibida pelo globo (alias todas elas...) nos revela a base fútil e destruidora na qual a humanidade vive. Um interminável ciclo de Erros...
Apologia ao adultério, a astucia, ao orgulho e a soberba, menosprezo pelos humildes, Desprezo pelos valores absolutos e exaltação dos relativos... (extrema pobreza e morte espiritual)

Eclesiastes 1,9 - 1,11 -3-11
O homem só busca a vaidade... (futilidade, nulidade, imbecilidade...)
Tudo o que existiu, e o que ha de ser; e o que se fez, e o que ha de se fazer; de modo que nada ha de novo debaixo do sol (só mudam os personagens). Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois... (o pó volta ao pó e a alma sem Cristo segue morta ao seu destino).

Não ha ninguém que entenda; Não ha ninguém que busque a Deus (RM: 13,1).

Somente Jesus Cristo nos liberta da "vaidade" e da ira de Deus e não nos deixa ser destruídos (Jo: 3,36).

Vem pra Jesus enquanto tu podes.

Fonte: Email para o Editor!

Os fundamentos bíblicos da Missão Ad Gentes

Os fundamentos bíblicos da Missão Ad Gentes, para o nosso tempo, inspirados no Evangelho de Marcos foi o tema de reflexão no segundo dia de estudo, parte da programação da Assembleia anual dos Missionários da Consolata, que acontece em São Paulo, de 20 a 27 de julho.


Padre Sérgio Bradanini, PIME, iniciou sua exposição na manhã desta quinta feira, 22, afirmando que "ainda não podemos dizer que o Brasil é realmente missionário, no âmbito da Missão Ad Gentes". Segundo o missiólogo, precisamos "agir com firmeza e rever as razões pelas quais acreditamos em Jesus. Precisamos de critérios e argumentos. Por que sou missionário? Por que acredito e quais são as razões?", questionou.

Analisando a realidade padre Sérgio disse ser necessário "observar e buscar as causas do mal estar que se manifesta nos acontecimentos sociais. Para além das tentações clássicas do ter, poder e prazer, hoje, temos a cultura da aparência traduzida na excessiva preocupação com a imagem". E acrescentou, "é neste mundo que nós devemos viver a Missão Ad Gentes".

Falando sobre os fundamentos bíblicos da Missão, padre Bradanini recordou ainda que "o Evangelho de Marcos, após uma introdução, mostra o projeto de Jesus. O conteúdo programático da Missão de Jesus se realiza no meio da gente em circulação. O horizonte de Jesus é livre de qualquer concorrência. Jesus é itinerante, está sempre em movimento", explicou para Sérgio lembrando que "nós pertencemos a Institutos missionários Ad Gentes, livres de qualquer concorrência e podemos mais facilmente nos identificar com a ação evangelizadora de Jesus".

O Evangelho de Marcos começa narrando. "Cumpriu-se o tempo, chega à sua plenitude, o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho" (cf. Mc 1, 15). Analisando a passagem padre Sérgio destacou que ela mostra uma iniciativa divina e uma resposta humana, a conversão acreditando no Evangelho.

Para o professor, a palavra ‘conversão', ao longo do tempo foi distorcida. "Substituir a palavra conversão pela penitência é uma distorção influenciada pelo moralismo. Conversão é mudança de mentalidade, de visão, de ótica que leva a retomar o caminho correto, uma mudança de rumo em todos os sentidos", disse explicando que "a conversão é no sentido prático diferente da visão moralista da penitência ou do complexo de culpo. Trata-se de mudar de ótica e num mundo conturbado, ver a presença do Plano de Deus. Eis a vocação profética que incomoda as estruturas. Para isso precisamos agir com justiça. Mudar de ótica significa assumir uma ética comportamental", completou.

Aplicando a reflexão, padre Bradanini recordou que "o missionário assume uma postura ética que cria fraternidade e conquista a liberdade na interdependência. A missão é uma relação que tem por objetivo viver a dimensão do Evangelho, constituir uma comunidade fraterna. Estar com Jesus: eis a nossa identidade. Não é suficiente saber que Jesus está conosco, é necessário que nós estejamos com ele realizando o projeto de fraternidade entre todos os povos. Somente quem conhece, convive e o segue até as últimas conseqüências, tem condições de anunciá-lo", arrematou.

Na parte da tarde, os participantes, organizados em grupos analisaram as atitudes de Jesus, presentes em dois textos do Evangelho de Marcos (Mc, 2, 1- 12) a cura de um paralítico, e (Mc 10, 46 - 52), O cego Bartimeu.

Confira o artigo original em: Revista Missões

Desafios da Missão Ad Gentes na atualidade

"A missão não é um acréscimo na Igreja, mas faz parte do seu essencial". Com essas palavras, padre Sérgio Bradanini, introduziu o tema de estudo sobre "a Missão Ad Gentes hoje", parte da programação da Assembleia Regional dos missionários da Consolata no Brasil, que acontece de 20 a 27 de julho, no Centro de Animação Missionária, bairro Pedra Branca, Zona Norte de São Paulo.

Precisamos dizer para a Igreja se voltar para fora, por que a própria palavra Missão indica esse movimento", explicou padre Sergio, que é missionário italiano do PIME trabalhando há 35 anos no Brasil.

Em sua exposição, na manhã do dia 21, o assessor destacou quatro etapas na história da Missão. A primeira etapa vai de 1850 a 1950, época em que surgiram quatro congregações Missionárias: Combonianos, Xaverianos, Consolata e Pontifício Instituto para Missões Estrangeiras - PIME.

Padre Sérgio recordou que, naquela tempo, o missionário era enviado Ad Gentes, (aos povos) e aos pobres para salvar almas. "O conteúdo estava centrado na doutrina e na moral. O movimento era a partir da Europa para o resto do mundo onde os Institutos recebiam territórios de Missão para cristianizar", disse.

A segunda etapa foi o período anterior ao Concílio Vaticano II, entre 1950 e 1962. O enfoco estava na implantação da Igreja - Plantatio Ecclesia. A Igreja se expandiu com grande número de cristãos batizados e pouco envangelizados.

Os vinte anos após o Vaticano II, até 1985 representam a terceira etapa da Missão, quando a Igreja deu uma guinada histórica. O assessor destacou duas citações do decreto conciliar Ad Gentes. "A Igreja peregrina é por sua natureza missionária" (AG 2) e, "A atividade missionária é uma manifestação e realização do plano de Deus no mundo e na história". Diante disso, segundo padre Sérgio, surge dois desafios: "uma parte enorme da população mundial não entrou em contato com o Evangelho", e "o mundo não está mais dividido entre cristãos e não-cristãos, mas entre ricos e pobres". Decorrente disso ele apontou dois compromissos: "um com os não cristãos na Missão Universal da Igreja e o outro com a opção pelos pobres".

Uma quarta etapa é o período desde 1985 até o presente. Padre Sérgio destacou que "a teologia da Missão está mudando, o mundo está mudando e nós também estamos mudando. Com o processo de globalização desaparecem as fronteiras entre as nações. As migrações se intensificam". Diante disso, perguntou: "que sentido tem a Missão Além-fronteiras".

Falando ainda sobre o essencial na vida missionária, o assessor afirmou que "a missão não consiste em fazer coisas, mas as atividades são conseqüências da natureza. Agimos a partir do ser. Nós comunicamos uma experiência de comunhão com Jesus e não teorias e o nosso agir dá visibilidade ao essencial", sublinhou.

O missiólogo recordou ainda que "a missão tem sua origem em Deus Trindade e faz parte da natureza da Igreja". Por isso para ele, a expressão que aparece várias vezes no Documento de Aparecida onde diz que a Igreja deve entrar em estado permanente de missão "é contraditória, por que a Igreja já é por sua natureza missionária e por isso, sua razão de existir é a Missão", arrematou.

Vemos hoje a necessidade de inculturar a mensagem do Evangelho, buscar uma integração na realidade das comunidades e culturas locais, fazer uma opção pelas comunidades e lideranças dos leigos, como também buscar a autonomia das comunidades. Par isso, "o missionário deve ir onde as necessidades são mais urgentes, assumir o desafio das grandes cidades e buscar os grupos de marginalizados", sublinhou padre Sérgio recordando que ao longo dos anos, "muitos bravos missionários construíram grandes obras e acabaram presos nelas". Sobre a Missão, "na prática a teoria é outra", avaliou.

Para padre Sérgio, as características essenciais das nossas comunidades deveriam ser "a experiência de fé partilhada, os valores comuns que nos identificam lugares de compromissos e decisões tomadas em comum", concluiu.

Participam do estudo cerca de 80 missionários e missionárias da Consolata, entre irmãs, irmãos, seminaristas, padres, leigos e leigas. Após a exposição os participantes foram organizados em grupos para aprofundar a reflexão e destacar elementos da realidade que mais os desafiam.

Confire o artigo original em: Revista Missões

When a Priest Lives in Public Sin

ZENIT, The world seen from Rome
News Agency
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When a Priest Lives in Public Sin - ROME, AUG. 17, 2010 - Answered by Legionary of Christ Father Edward McNamara, professor of liturgy at the Regina Apostolorum university.

Q: May you please help me to answer these delicate questions? When a priest is in grave sin and publicly known to be in mortal sin (drunk often; with women, etc.) and the bishop allows him to say Mass publicly, what does canon law say about this? Or, if a priest has even impregnated a woman and then encouraged her to get an abortion (a reality for us here), shouldn't that priest have sanctions put on him rather than letting him celebrate Mass publicly? If the bishop says he is not to judge the priests, then who should? -- K.G., Sudan

A: These are indeed delicate questions and sad ones to answer. I am not a canonist and so cannot answer regarding the intricacies of the canonical process. However, I can offer some moral pointers with respect to the sacraments.

A priest who falls into grave sin, just like any member of the faithful, should seek sacramental reconciliation as soon as possible. Meanwhile, he should abstain as far as possible from celebrating the sacraments.
By "as far as possible," I mean that if it is impossible for a priest to go to confession before attending to the needs of the faithful, then he should make an act of perfect contrition and celebrate the sacrament. The act of contrition implies both the intention of confessing as soon as possible and the firm resolve not to sin again. This moral principle, of course, is applicable to momentary (and usually secret) lapses.

The case mentioned by our reader would imply a graver situation in which the priest is openly living in an objectively immoral situation with no apparent signs of willingness to change. Although only God knows the heart, a public sin requires some form of public separation from the life of sin. Sacraments celebrated by an unrepentant priest are gravely sacrilegious acts. They would be valid but illicit.

A priest who induces a woman to abort is automatically excommunicated and also irregular and impeded from exercising his ministry (Canons 1398, 1041.4; 1043). He cannot celebrate any sacraments nor himself receive sacramental absolution until the excommunication is formally lifted. If he were to continue to act as a priest, not only would the celebrations be sacrilegious, but the sacrament of penance and matrimony would also be invalid.

If his excommunicated state were publicly known, then the faithful should not assist at any celebration nor request any spiritual goods from him except in the case of imminent danger of death. Even if he were the only priest available, the faithful should not go to one of his Sunday or daily Masses.

In such situations a bishop cannot "allow" a priest to continue as normal. The bishop has a grave responsibility toward assuring the holiness of the sacraments. A bishop could not give a positive permission for a sacrilegious act without himself becoming guilty of the sin of sacrilege. If he were to knowingly turn a blind eye, he would become morally responsible due to culpable negligence and would have some serious questions to answer on Judgment Day.

At the same time, the faithful should not presume that the bishop is aware of everything that goes on. If they have certain proof, and not just hearsay, of a priest's publicly immoral behavior they should present it to the bishop.  If the evidence is solid, the bishop should follow the established canonical procedures, first removing the priest from ministry and then deciding how to move forward. If the bishop refuses to act, they should address the case to the apostolic nuncio or directly to the Holy See.

In the first case, and provided there was no abuse of minors involved, the bishop should see if there is any hope of an authentic conversion by the priest that would allow him to start anew in some other situation where his past weakness was unknown. I am aware of several such conversions, such as one in which God made use of a grave illness to bring a very corrupt parish priest to his senses and recover the meaning of his mission and his life. Today, many years later, he is regarded as an exemplary minister of the Gospel.
If change seems impossible, or if he abused minors, he should be removed from ministry. If he has fathered children, his parental responsibilities have priority over remaining in the priesthood.

In the case of the priest automatically excommunicated by inducing an abortion, the gravity of this sin must necessarily exclude him from the exercise of the priesthood. One hopes that he will repent and have the excommunication lifted, but he can no longer function as Christ's representative. His removal from ministry is a just and even minimal punishment for having been instrumental in taking innocent life.

Such sad and heartbreaking situations should move us all to pray for the holiness of priests and make reparation for their sins.

* This article is from the ZENIT news agency.

A Copa do Mundo em Terras Africanas

Tocai a trombeta na lua nova, no tempo determinado, em nosso dia de festa solene!" (Salmo 81, 3). Estas são as palavras que me vêm à mente quando penso no Campeonato Mundial de Futebol que será realizado pela primeira vez na África. Esse sentimento é simbolizado pelo som das Vuvuzelas, a maneira exclusiva sul-africana de expressar alegria e festa. O continente terá finalmente os refletores focados em algo diferente, além da fome, catástrofes naturais ou guerras. Esta é uma oportunidade para destacar a importância do esporte nas culturas africanas, que exige paciência, perseverança, determinação, respeito, e outros valores tão necessários em todo mundo. A Igreja defende estes mesmos valores: justiça, paz, amor, diálogo com outras religiões e culturas... Uma atmosfera de otimismo e expectativa está contagiando diariamente a África do Sul, país sede da Copa.


Esperanças e preocupações
É claro que o país já sediou grandes eventos esportivos internacionais como a Copa do Mundo de Rúgbi (esporte parecido com o futebol americano), em 1995 e o Mundial de Críquete, em 2003. Porém, o futebol é considerado o esporte mais popular na África do Sul, e para alguns, é até mesmo uma religião ou um modo de vida.

Como era de se esperar, pelos investimentos, a Copa 2010 vai ter grande impacto na sociedade sul-africana. Existem também aspectos negativos, como a preocupação com a alta criminalidade, o transporte precário, o crescimento da prostituição e até do tráfico de animais e seres humanos. O país de Nelson Mandela é um dos que tem a maior desigualdade entre ricos e pobres no mundo, resquício dos anos tristes do apartheid, segregação racial que agora se faz visível numa segregação social. Os brancos representam 12% da população economicamente ativa, mas ocupam 73% dos postos de trabalho mais qualificados, enquanto que os negros, com 74% da população ativa, ocupam somente 14%. Esse desequilíbrio econômico na grande maioria da população tem incidência direta quando se pretende ter acesso aos jogos. No entanto, apesar de uma série de preocupações possíveis, a Copa do Mundo também apresenta uma série de possibilidades agradáveis. Para a economia do país, estima-se que o evento renderá cerca de 21,3 bilhões de rands, moeda local - aproximadamente 5,5 bilhões de reais, e criará trabalho para 159 mil pessoas. No setor de turismo, o benefício é ainda maior com cerca de três milhões de visitantes esperados para o torneio. O país ganhará em infraestrutura e outras melhorias.

A Igreja e a Copa
A Conferência dos Bispos Católicos na África do Sul lançou um site com informações sobre o torneio. É um local de referência sobre o que a Igreja Católica faz no país e também oferece informações sobre as igrejas e comunidades próximas aos estádios. Notícias e recursos serão regularmente publicados no endereço eletrônico. Haverá uma capela virtual onde os fãs poderão deixar suas intenções de oração para as equipes. Velas virtuais serão acesas mediante doação de até 10 Rands. O dinheiro será entregue ao projeto da Cáritas no país. De acordo com o responsável pela informática da Conferência, padre Chris Townsend, esta será uma forma divertida para os fãs participarem na vida da Igreja. Nas palavras do cardeal Wilfrid Napier, OFM - arcebispo de Durban, a Igreja Católica na África do Sul quer aproveitar a oportunidade da Copa "para destacar o importante papel que o esporte desempenha na nossa cultura africana". O maior desejo da Igreja neste Campeonato Mundial é que todos possam assimilar as palavras do papa Bento XVI, quando afirma: "que o jogo de futebol sempre seja mais um meio de ensinar os valores de honestidade, solidariedade e fraternidade, especialmente entre as gerações mais jovens".

* Artigo Publicado na edição Nº04 - Maio 2010 - Revista Missões.

Espiritualidade do Mercado

Talvez começando pelo radical da palavra - espírito. Espírito, segundo definição do Dicionário Aurélio, é a parte imaterial do ser humano, a alma. E alma? Qual a definição para alma? Ainda, utilizando o Dicionário Aurélio, temos: Princípio de vida. Entidade a que se atribuem, por necessidade de um princípio de unificação, as características essenciais à vida e ao pensamento.

Princípio espiritual do homem concebido como separável do corpo e imortal. O conjunto das funções psíquicas e dos estados de consciência do ser humano que lhe determinam o comportamento, embora não tenha realidade física ou material; espírito. Sede dos afetos, dos sentimentos, das paixões.

Sentimento, generosidade, coração. Condição primacial. Essência. Grosseiramente, podemos dizer então, que espiritualidade é a atividade através da qual trabalhamos ou desenvolvemos o nosso espírito, a nossa alma. As pessoas criaram inúmeras formas de trabalhar o espírito. Existem hoje incontáveis religiões, crenças, seitas, filosofias, magias, sociedades secretas, organizações e até ciências que tratam do espírito.

O mercado, por exemplo, é uma das atividades mais populares no momento e, mais do que uma atividade, ele é a instituição social reguladora das demais relações. Sendo a instituição central das sociedades, começa a perpassar, praticamente, todos os espaços da vida quotidiana.

Assim se fala de mercado de trabalho, de capitais, de alimentos, da droga, mercado matrimonial, religioso e de bens simbólicos. Dentre as religiões, os crentes têm conquistado cada vez mais adeptos e espaços nos meios de comunicação. Enfim, há lugar para todos. Basta escolher. O bom cristão escolhe o seguimento de Jesus; viver segundo os desígnios do espírito, enquanto o bom "mercadolista" escolhe a mística que move os homens concretos dentro do sistema de mercado. Já dizia E Durkhein que, "não há religião sem comunidade (igreja)". Isto que dizer que a religião requer relações de reciprocidade, pois sobre estas relações se constrói sempre a comunidade, entre comunidade e religião há uma afinidade estrutural e uma conaturalidade histórica. O sistema de mercado com a sua religião de mercadoria e a mercantilização do sagrado marca a nova comunidade que é a sociedade moderna.

A religião do mercado tem os seus comportamentos e regras. Aportaremos simplesmente algumas pistas da espiritualidade da religião do mercado:
1.O mercado é ponteciador de desigualdades; o fraco é sujeito do forte, e assim, o mercado é um produtor de vítimas.
2.O mercado dentro da ordem capitalista produz vida para pequena porção de nações e desestruturação social e morte para as grandes maiorias da humanidade.
3.O dogma fundamental é: "o dinheiro tudo pode, move o céu e a terra".
4. A propaganda tem a função de uma evangelização. Pessoas felizes são associadas às mercadorias.
5.As mercadorias são sacramentos e enche de energia e de vida, por exemplo, tomar coca-cola ou fumar cigarro Marlboro.
6.A autentica catequese do mercado é feita na didática de persuasão. Moças bonitas são associadas aos produtos que só o dinheiro é capaz de criar e tornar acessíveis.
7.O culto dominical são os programas de milhões de audiência.
8.A grande festa anual é o natal. É a celebração das mercadorias nos shoppings enfeitados e na ceia natalina.
9.Os templos são os bancos sedes.
10.A romaria é o espaço mais carregado de significação; os grandes shoppings e cidades do consumo, como Manaus, Disney World, Miami, paris etc.
11.Os sacerdotes são os banqueiros e financistas.
12. A ética principal é o interesse pessoal que constitui a norma geral de comportamento.

Assim, se constrói e produz a religião oficial de mercadoria com as doze normas ou "pilares apostólicas" da espiritualidade do mercado. Essa religião proporciona felicidade a todos os que a consomem. Os atributos da divindade são dados às mercadorias. A elas se adjudicam características salvíficas.

É no contanto com o novo sagrado que as pessoas se sentem mais fortalecidas para enfrentar o seu dia-a-dia de competição e concorrência no mercado. A mística que move as pessoas no capitalismo é ganhar dinheiro para ganhar mais dinheiro; comprar mais, comprar mais para comprar mais. É no consumo, na aquisição de novas mercadorias que as pessoas são reconhecidas como gente e, por isso, se sentem mais gente. O ter torna a condição para ser. Numa sociedade mercadolista, a pessoa tem a sua dignidade reconhecida nas relações mercantis, no mercado.

Os pobres são marginalizados exatamente pela sua impossibilidade de acesso ao mercado. E essa é a bem aventurança de quem é membro da religião da mercadoria - viver segundo os desígnios e a espiritualidade do mercado. Estamos diante de gestos e atitudes que o ser humano até hoje só reservava ao supremo e à divindade e a nenhuma outra criatura. Por isso o mercado é idolátrico. Sua característica é gerar frustrações e a partir daí exigir vidas humanas que soam sacrificadas na busca da felicidade material. Precisamos resgatar o mercado como realidade humana, portanto, eminentemente social.

As relações de mercado são relações sociais que regem a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Sendo relações sociais, o social e não o individual deve comandar as prioridades e orientar a lógica de sua implementação histórica não as demandas do mercado, muitas vezes artificiais, mas as necessidades da vida humana em sua realização concreta, material, pessoal, social, cultural e espiritual.

O que Jesus nos diz é muito sério! E justamente por isso deve ser encarado com seriedade: "Ninguém pode servir a dois senhores. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro".

(Mt. 6,24). E esperamos que todos possamos cantar com o Wagner Roberto:

"Deus Procura"
Deus procura homens de fé
que mesmo em meio à maré
continuem a remar
Deus procura aqui obreiros
Que não pensem no dinheiro
mais que as almas possam amar
Homens fortes corajosos
Destinados, valorosos
Que prossigam até o fim
Entre vales, pelos montes
Oxalá que Deus encontre
Hoje aqui alguém assim..."

Autor: Michael Mutinda *

16/08/2010

Agosto, mês da Pachamama

O mês de agosto é um tempo sagrado na América andina. É o mês no qual se rendem homenagens à Pachamama, a mãe terra. Por todos os rincões deste espaço geográfico, lugar dos collas, aymaras, quéchuas e tantas outras etnias, os amautas (sacerdotes) preparam oferendas, as wajt´as, que vão desde doces e comidas típicas até fetos de llamas e ovelhas. Com as oblações vão os pedidos de saúde, dinheiro e trabalho. Apesar de mais de 500 anos de colonização e domínio da religião católica, não há quem não ofereça seu presente a Pachamama neste agosto que já começou.


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Irmã Graziela, missionária da Consolata, é enviada para Tanzânia.

Hoje, dia 15, a comunidade São João Batista da paróquia Nossa Senhora de Fátima, bairro Imirim, São Paulo, realizou o envio da primeira missionária religiosa filha da comunidade. Trata-se da Irmã Graziela Aparecida Moises Flora, missionária da Consolata que nos últimos anos estava estudando no Quênia, e hoje foi enviada para a missão na Tanzânia, África. A celebração eucarística foi presidida pelo padre Francis Njoroge, IMC, e concelebrada por outros padres da Consolata. Várias missionárias da Consolata também participaram da celebração. A congregação, fundada pelo Bem-aventurado José Allamano em 1910, conta com cerca de 800 religiosas trabalhando em quatro continentes.
Depois da leitura do Evangelho, padre Francis dirigiu algumas palavras para a comunidade sobre a missão, mas especialmente para a Irmã Graziela. Segue alguns destaques da sua homilia:
- A missão brota do coração do Senhor, crucificado e ressuscitado. O mais importante não é tanto o que nós fazemos, mas o amor divino pelo qual nós o fazemos. É o amor divino que faz nascer a vida, mesmo lá onde ela parece impossível.

- Na segunda leitura de hoje São Paulo disse que anunciar o evangelho não é para ele motivo de glória senão uma necessidade que se lhe impõe. "Ai de mim se não anunciar o evangelho.... anunciar o evangelho gratuitamente sem fazer uso do direito que o evangelho me confere." São Paulo vive a liberdade radical, que o leva a tornar-se disponível e solidário para com todos. Irmã Graziela a missão tem que ser baseada na gratuidade... "Gratuitamente recebeste e por isso dá gratuitamente!" Anuncie gratuitamente.

- Ser cristão é ser discípulo e missionário e isso significa doar-se gratuitamente e ser servo como Jesus. Ser o primeiro e o maior é servir as necessidades de todos, como Jesus. Servir aos que mais necessitam de nossa ajuda - os oprimidos, os marginalizados, os famintos e injustiçados. É abrir os olhos dos cegos, tirar os presos da cadeia, e do cárcere os que vivem no escuro. (primeira leitura de Isaias). Os que estão cansados e abatidos, como ovelhas que não têm pastor (Evangelho). Aos mais necessitados, particularmente as crianças e as mulheres... (como africano eu sei que lá as mulheres precisam mais do que os homens...).

- Para missão, muitos "saem", mas alguns nunca chegam porque nunca partem...; a missão é partir. Muitos não chegam porque nunca "saem"; tem que sair de si mesmo para chegar ao encontro do outro. Muitos saem, mas poucos chegam! Muitos nunca chegam ao coração do "outro" (às vezes chegam até a barriga e logo depois a cabeça, mas nunca ao coração). Muitos saem, mas nunca chegam porque saem sozinhos...; a missão se faz com "o outro". Muitos saem, mas nunca chegam porque eles vão muito carregados...; a missão é despojamento. Muitos saem, mas nunca chegam porque vão desanimados...; a missionária tem de ser alegre porque a alegria dá força (Sorriso). Muitos saem, mas nunca chegam porque eles já sabem todo...; a missão é fazer um caminho andando. Muitos saem, mas nunca chegam porque fazem projetos paralelos; a missão é comunhão.

- Irma Graziela, "Duc in altum"! Guie mar adentro em nome do Senhor. Leve a barca da sua vida para o alto-mar! O alto-mar lhe espera. O barco parado no porto envelhece, enferruja... Pesque com iniciativas, com decisão e risco.

- Bem nos lembra o Documento da Aparecida: "conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria" (DA 29). E você Irmã Graziela tem que proclamar essa verdade com alegria, entusiasmo e convicção. Deixe-se guiar pelo Espírito Santo, pois você é colaboradora na construção do reino de Deus, e amparada nos braços de nossa Mãe a Rainha da Missão, anuncie com alegria a grande mensagem de Salvação.

- Estamos celebrando o seu envio na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu. Nada acontece por acaso... Maria foi elevada ao céu depois da sua missão aqui na terra. Ela é seu e nosso modelo. Não se esqueça do que o nosso fundador José Allamano dizia: "Tudo por Jesus, nada sem Maria". Ela é a Mãe dos missionários, a primeira missionária. Ter presente seus ensinamentos nos faz caminhar enfrentando os desafios, mas descobrindo neles a via de aproximar-se de Seu Filho. Que a Mãe Missionária lhe ampare com seu manto em sua missão.

Irmã Graziela agradeceu a comunidade e pediu orações para o seu futuro trabalha na Tanzânia. Por fim, manifestou o desejo de ver outras jovens seguindo seus passos na Missão.

Fonte: Revista Missões
http://www.revistamissoes.org.br/noticias/ler/id/2395

“On Death and Dying“

The idea of death makes one aware of one's life, one's vital being – that which is impermanent and will one day end.   When ...