O evento contou com a participação de um bom número de leigos e leigas, religiosos e religiosas, de diversas paróquias e dioceses. Foram convidados como palestrantes do evento especialistas e representantes de órgãos governamentais e do terceiro setor para discutir sobre "Fraternidade e Vida no Planeta", tema da CF deste ano.
Seguindo a metodologia do "ver, julgar e agir", o seminário destacou os problemas ecológicos atuais que atingem a sociedade como aquecimento global, fenômeno causado pela emissão de gases poluentes que provocam mudanças climáticas no planeta, tendo como consequências enchentes, secas e queimadas.
José A. Peixoto, membro do grupo de defesa e promoção socioambiental (GERMEN) e Nabôr de Jesus Filho (Apoio Ambiental) mostraram que os problemas ambientais no Brasil, ocorrem desde a época da colonização, passando pelos diversos ciclos da economia (pau-brasil, cana-de-açúcar, café e ouro).
Atualmente, os principais problemas estão relacionados com as práticas agropecuárias predatórias, o extrativismo vegetal e a má gestão dos resíduos urbanos. Segundo os especialistas, os principais agravantes de ordem rural e urbana são:
- a perda da biodiversidade em razão do desmatamento e das queimadas;
- a degradação e esgotamento dos solos decorrente das técnicas de produção;
- a escassez da água pelo mau uso e gerenciamento das bacias hidrográficas;
- a contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário;
- a poluição do ar nos grandes centros urbanos.
"O índice de desmatamento em nosso território é tão alarmante que chega a pontuar proporcionalmente o Brasil como o segundo país, atrás apenas da China, com maiores áreas devastadas em todo o mundo", afirmou o professor Nabôr.
A análise do tema da CF na ótica da espiritualidade, particularmente sobre a maneira como as religiões percebem e assumem o compromisso ecológico, ficou por conta dos professores Consuelo Medauar (Cristã) e Marcus Alessandro S. Silva (do Candomblé). Os conferencistas concordaram que Deus não fez a natureza para ser destruída pelo ser humano, mas para que os seres humanos, através dela, encontrasse o seu Criador.
A última sessão focou no "agir", e teve como objetivo incentivar os participantes a se engajarem na luta pela defesa do meio ambiente. A partilha e a troca de experiências sobre a importância da reciclagem e da coleta seletiva, o reaproveitamento das matérias primas, entre outros, dominaram os debates. Dom Geraldo, bispo emérito de Salvador, destacou alguns fatores que comprometem o meio ambiente, como a produção do lixo e o esgoto, as poluições. O bispo lembrou que "o ser humano deve aprender a cuidar e preservar a natureza", concluiu.
*Jeane Maria e Michael Mutinda são membros da PJ, são Brás, Salvador.
Fonte: Revista Missões