30/08/2010

Caminhada marca comemoração do Dia Nacional de Combate ao Fumo

“Aprendi a fumar aos 10 anos com a minha avó, mas tenho vontade de parar”. O depoimento é da dona de casa Eliene Silva Novaes, 51 anos, moradora do bairro América, em Aracaju, e serve de estímulo para que campanhas de combate ao tabagismo sejam realizadas como a que ocorreu na manhã do último sábado, 28, com a participação da equipe responsável pela área da Saúde do Adulto da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
O evento promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) em celebração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, iniciou com uma caminhada saudável saindo da Praça da Bandeira em direção à Praça General Valadão, onde houve diversos estandes com enfoque na qualidade de vida, com estímulos a uma alimentação saudável, a atividades físicas, entre outras.

No estande da SES, a equipe fez uma avaliação do grau de dependência ao fumo dos participantes que se dispuseram, apresentaram a boneca Altina que mostra o efeito maléfico do cigarro nos pulmões e ainda entregaram material educativo e encaminharam as pessoas que têm o desejo de parar de fumar ao tratamento realizado no Hospital Universitário (HU), às quartas-feiras.

A dona Eliene foi uma das encaminhadas ao tratamento. “Quando era pequena, eu comia folha de araçá, num sítio onde minha família morava lá em São Cristóvão, minha avó dizia que fazia mal porque eu ficava amarela, então me ensinou a fumar fumo de rolo. É o que eu mais uso até hoje, só fumo cigarro quando saio de casa, porque tenho vergonha das pessoas”, disse a dona de casa. Segundo ela, todas as pessoas da família fumam.

O vigilante Manoel Pereira dos Santos, 58 anos, também participou da caminhada. “Fumo cigarro desde os 17 anos, já tentei largar várias vezes o vício, mas ainda não consegui, apenas diminui. Agora eu fumo 10 cigarros por dia”, relatou.

Lei
Segundo a enfermeira Lívia Angélica Silva, responsável técnica pelas ações na área de Saúde do Adulto da SES, no Brasil a Lei 9.294/96 proíbe o fumo em ambientes coletivos, mas ainda permite a existência de áreas reservadas para fumar. “Assim, a legislação não protege de maneira adequada o não fumante, porque nenhum sistema de ventilação é capaz de eliminar os elementos cancerígenos que ficam no ar”, explicou.

Lívia Angélica informou que está tramitando no Congresso Nacional um projeto de lei que garante ambientes 100% livres da fumaça do cigarro e outros produtos do fumo que produzam fumaça. “O município de Aracaju já aprovou esta lei”.

Para a enfermeira, um dos resultados mais significativos foi Aracaju aparecer pela primeira vez como a capital brasileira com o menor índice de fumantes do país (8%), apresentado pela pesquisa Vigitel 2009 (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico). Realizada pelo Ministério da Saúde desde 2006, o levantamento apontou um índice médio para o Brasil de 15%. A pesquisa é feita somente nas capitais dos estados e do Distrito Federal.

Autor: Lidiane Neves

No comments:

Post a Comment

Comentário (Comment)!

“On Death and Dying“

The idea of death makes one aware of one's life, one's vital being – that which is impermanent and will one day end.   When ...