"Os paradigmas influenciam nossos juízos e processos de decisões. Se formos flexíveis com nossos paradigmas, podemos notar novas oportunidades diante dos novos desafios, mas se sofrermos de paralisia paradigmática veremos apenas ameaças."
Paradigma é uma palavra pouco conhecida, não se ouve todo dia. Muitos pesquisadores a definem como, "conjunto de pressupostos teóricos que orientam a atividade cientifica na definição do objeto e do contexto de estudo, nos métodos de coleta e seleção de dados, bem como na sua análise". Thomas S. Kuhn no seu livro, "A Estrutura das Revoluções Científicas" a define como, "aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade cientifica consiste em homens que partilham um paradigma". Além disso, fala do estudo dos paradigmas como o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade cientifica na qual atuará mais tarde.
Se consultarmos o verbete paradigma no dicionário, veremos que significa padrão ou modelo. Paradigmas são conjuntos de regras e regulamentos com duas funções: Estabelecem limites e mostram como ter sucesso resolvendo problemas dentro destes limites. Colocando em termos genéricos, os paradigmas filtram a experiência que chega. Estamos vendo o mundo através de nossos paradigmas o tempo todo. Constantemente selecionamos do mundo aqueles dados que se ajustam melhor às nossas regras e regulamentos e tentamos ignorar o resto. Como resultado o que pode ser perfeitamente obvio para uma pessoa com um paradigma, pode ser totalmente imperceptível para alguém com um paradigma diferente.
No mundo atual as mudanças ocorrem a todo momento, seja na vida pessoal, nos valores sociais, seja na vida profissional ou na vida espiritual; a vida está numa marcha constante de mentalidade, novas atitudes, novos métodos e estruturas e mudanças de paradigmas. E temos que estar preparados para elas senão ficaremos cada vez mais distantes de nosso tempo. Mas infelizmente, muitas pessoas são resistentes às mudanças e diversos são os fatores que as levam a se portarem assim: comodismo, medo do novo, do desconhecido, de perder o poder, desconhecimento do conteúdo das vantagens e/ou desvantagens das mudanças que surgem, desconhecimento das mudanças que ocorrem no ambiente, interno e externo, e o pior de todos é a paralisia de paradigma ou "efeito paradigma", quando os nossos valores, fazem com que não aceitemos novas ideias por desafiarem os paradigmas "incrustados" em nossa mente. Thomas Kuhn nos adverte: "A pessoa que abraça o novo paradigma logo no inicio, muitas vezes precisa fazê-lo desafiando as provas oferecidas pela solução dos problemas, ele precisa, portanto, ter fé que o novo paradigma terá sucesso, apesar dos muitos problemas que enfrenta, sabendo apenas que o paradigma anterior falhou um pouco. Uma decisão desse tipo só pode ser tomada com fé".
É muito comum encontrar pessoas que manifestam resistência contra mudanças de paradigmas. Nessa resistência, diversas frases são características, como por exemplo: "Sempre fizemos assim e sempre deu certo, porque mudar?"; "Isto é loucura"; "Da forma que fazemos é melhor"; "Está tudo tão bem, para que mudar?"; "Temos receio do que possa acontecer, é melhor não arriscar"; "Isto não vai dar certo"; "Não se mexe em time que está ganhando"; "Precisamos de um tempo para ver isto"; "Francamente, eu ainda não sei se vale a pena"; e outras tipos de comentários. Essas manifestações de resistência mostram as posições daqueles que são resistentes às mudanças pessoais, estruturais e metódicas. São pontos limitadores do novo, da criatividade, da iniciativa e até mesmo da sobrevivência pessoal.
No mundo de hoje as mudanças devem ser fruto de análise de "coração aberto" com a prontidão necessária para incorporá-las e a clareza de visão para rejeitá-las total ou parcialmente. Mas é preciso sempre vê-las com bons olhos, porque a maioria gerará progresso em nós e a evolução é condição para nossa sobrevivência e da organização na qual estamos inseridos.
É tão fácil dizer não a uma ideia nova. Afinal ideias novas causam mudanças e abalam o "status quo", criam incertezas. É sempre muito mais fácil fazer como sempre fizemos, é mais fácil talvez, mais perigoso com certeza. Dessa forma, ideias novas são repelidas em diretorias e linhas de produção no mundo inteiro. Ideias boas são derrubadas por pessoas que supõem que o futuro nada mais é que uma simples continuação do passado, que as ideias que nos trouxeram até onde estamos hoje são as mesmas que nos guiarão amanhã. Os sinais do verdadeiro pioneiro do paradigma são a coragem e a confiança em suas ideias.
Percebe-se que sempre haverá outra solução para o problema, sempre haverá outra porta para que se abre exatamente como foi para nossos avôs. Há uma certeza de que no outro lado dessa porta existem mais do que oportunidades suficientes para manter aqueles de nós que quiserem ser flexíveis, felizes e ocupados para a vida toda. Se formos flexíveis com nossos paradigmas, podemos perceber as novas oportunidades diante dos novos desafios, e estaremos mais preparados para enfrentar as ameaças na vida.
* Michael Mutinda, editor do blog MwanaaSuu, é estudante de Teologia no ITESP, São Paulo.
Fonte: Revista Missões
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