09/10/2010

O Ato de Agradeçer - Por Paulo Mendes Peixoto*

O despertar do espírito missionário, do mês de outubro, mostra que o cristão tem uma identidade que o leva a agir como anunciador da Palavra de Deus. Mais do que um peso, é motivo de gratidão pelo tamanho da confiança que Deus coloca em suas mãos. Ele confia às pessoas o anúncio de sua mensagem.

Convicto desta missão, o cristão não fica restrito à sua comunidade. Ele tem um olhar expandido, é preocupado com aqueles que estão distantes do convívio fraterno em seu território. Exerce o poder da “cura”, da formação de consciência e de retomada de identidade e de convivência.

O caminho missionário é de reconstrução do sentido fecundo da vida humana e da prática de fé, criando comunhão íntima com Jesus Cristo. É a superação da infidelidade, entendendo que o Filho de Deus é sempre fiel e nunca age de forma diversa e com irresponsabilidade em relação ao Pai.

A missão cristã existe sob a força da compaixão, de reconhecimento do valor existente na vida de cada pessoa, como objeto da ação vivificadora de Deus. Isto passa pela confiança e pela disponibilidade do indivíduo atingido, abrindo seu coração para a vivência da Palavra anunciada.

Quem é recuperado de suas deficiências, normalmente agradece pelo benefício recebido. O gesto de gratidão é um mecanismo totalmente cristão. Tudo o que Deus faz é merecedor de ação de graça, de louvor de nossa parte, de um coração que se deixou tocar e ficou sensibilizado pelo que recebeu.

Esta atitude de gratidão é um ato de fé, de uma vida transformada, de encontro com Jesus Cristo e de vivência de sua Palavra. Isto atinge a totalidade da pessoa, principalmente porque fica curada física e espiritualmente. Tudo recebemos de Deus como dom, que deve ser valorizado e agradecido.

Quando participamos de uma Celebração Eucarística, estamos realizando um ato de agradecimento, de reconhecimento e louvor por todas as coisas recebidas na vida, indispensáveis para uma vida saudável e feliz. Tudo brota do coração de Deus e beneficia a nós, suas criaturas.

*Dom Paulo Mendes Peixoto é bispo da diocese de São José do Rio Preto, São Paulo.

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