Iniciamos o mês de novembro com as comemorações do dia de todos os santos e do dia dos finados. Estas duas datas nos fazem refletir sobre a vida e a morte.
Há vários sentidos que podemos dar à vida. Para alguns, viver é possuir, é ter sucesso, é ir superando as dificuldades no dia-a-dia; para outros, é amar e lutar por causas justas. Temos de escolher.
Não é possível abraçar, ao mesmo tempo dois sentidos opostos. Jesus nos alertou: "Não se pode servir a dois senhores. Porque ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro" (Mt. 6, 24).
Assim a grandeza ou a mesquinhez de uma pessoa depende do sentido que ela vai dando à vida. Daí a pergunta fundamental: Qual a maneira mais autêntica de viver a vida?
Para responder, não é preciso estudar livros nem participar de enfadonhas palestras. É preciso sim, escutar a vida com suas aspirações, seus sonhos, suas lutas, suas derrotas e suas vitórias.
Vida autêntica é aquela que responde aos anseios mais verdadeiros do ser humano. São anseios de felicidade, de paz, de liberdade, de vida honesta, sincera e solidária. São anseios de amor, de serviço, de doação e de gratuidade. Portanto, vida autêntica é sair da mesquinhez rasteira, rotineira e indiferente. É abraçar e assumir um projeto de vida verdadeira. É voar nas asas da liberdade verdadeira e da vida plena; é ter objetivos e projetos autênticos; "é ter mil razões para viver, é ter uma causa a que dedicar a vida" (Dom Hélder Câmara).
A vida autêntica é marcada pela luta em favor da dignidade humana, da ética, e contra sistemas corruptos e mentirosos. É ter firmeza e ternura, honestidade e coerência. É ter, ainda, coragem da verdade para anunciar e denunciar; ser capaz de opções firmes a serviço dos grandes valores da vida humana.
A partir do verdadeiro sentido da vida é que encontramos o sentido da morte. É verdade que, para alguns, a morte é assunto que incomoda; quanto mais longe, melhor. Preferem ignorar, esquecer, adiar.
Muitos planejam a vida como se a morte não existisse. Porém o cristão como todo ser humano, pode sentir medo da morte, mas jamais entende a morte como o fim de tudo. Cremos que a vida nunca terminará, pois a morte não é o fim de tudo, mas a conclusão de uma etapa da vida. A fé cristã nos ensina que com a morte continuaremos vivendo em Deus, com uma vida transformada. "Esta é a vontade do meu Pai: que todo homem que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6, 40).
* Dom Canísio Klaus é bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul.
Fonte: www.cnbb.org.br
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“On Death and Dying“
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