A CARTA AOS CORINTIOS.
Levantamento de Pontos Principais.
O conteúdo da 1.ª Carta aos Coríntios pode resumir-se nos seguintes pontos:
Prólogo: 1,1-9;
I. Divisões na igreja de Corinto: 1,10-4,21;
II. Escândalos na igreja: 5,1-6,20;
III. Resposta a questões concretas: 7,1-11,1;
IV. A Assembleia Litúrgica: 11,2-34;
V. Os carismas: 12,1-14,40;
VI. A ressurreição dos mortos: 15,1-58;
Epílogo: 16,1-24.
• Paulo sai de Atenas para Corinto. Por volta de 50 d.C.
• Comunidade de melhores aspetos da dinâmica cidade comercial.
• Seus membros eram dedicados e entusiásticos e não hesitaram em aceitar a responsabilidade de pôr em pratica o que o cristianismo significava para eles.
• Mostraram-se a igreja mais exasperante com a qual Paulo teve de lidar.
• Paulo e seus companheiros Timóteo e Silvano (2 Cor. 1, 19)
• São trabalhadores.
• Gostam de lazer – cidade de Ásia e Macedônia
• Fazem negócios – para lucro.
• Santuário de Posêidon – templo, teatro e estado.
• Cenário dos jogos ístmicos.
• Paulo trabalha com leigos – Priscila e Áquila; Silas e Timóteo.
• Conversões – 1 Cor. 1, 14 (ex. crispo)
• Evangelização – uma cuidadosa estratégica missionária. A casa é o lugar próprio. Independência de trabalho (1 Cor. 9, 1-18). Aceitação de ajuda dos fieis, mas de maneira limitada.
• Comunidade: 1 Cor. 1,26
Sábios - com fama de prudência e moderação que demonstram sólida capacidade critica na política ou no comercio.
Os poderosos – os influentes.
Os ‘de família distinta’ – os nascidos na aristocracia da riqueza.
Escravos (1 Cor. 7, 21) – com garantia de casa e comida.
• Problemas:
Apelo a tribunais pagãos – 6,1-11
Frequentação de prostitutas – 6, 12-20.
Casamento e sexo – 7
Participação em refeições de templos pagãos – 8- 10
Idolatria – 6, 10 -11;8,7; 12,2.
• Diferenças na comunidade:
Grupo de Apolo, de Paulo e de Cefas. (1 Cor. 1,12)
Contra a teologia especulativa (1 Cor. 1,1)
Retórica (3,3-4)
Liberdade pessoal e comunitária (1 Cor. 5, 3-5)
Transformação pela graça ( 1 Cor. 1,17)
Corpo de cristo (1 Cor. 1,13; 12,27)
Ministério das mulheres e defesa explicita da completa igualdade das mulheres – 1 Cor. 3,2; 14,20; 11,11-12.
• Cartas a Corinto.
Paulo escreveu mais cartas para esta igreja que a qualquer outra igreja.
Novo testamento contém só duas cartas a Corinto:
1ª – Pré-canônico – 1 Cor. 5, 9
E a carta dolorosa – 2 Cor. 2, 4
• A igreja de Corinto era formada de pagãos de diversos graus do meio da escala social. Só faltam o topo (grandes magnatas) e a parte inferior (escravos do campo) dessa escala. Os judeus eram a minoria, mas pelo menos dois (Crispo e Sóstenes) se destacavam no grupo.
REDAÇÃO.
Paulo escreveu esta Carta em Éfeso, durante a terceira viagem missionária, para remediar os abusos, nomeadamente as divisões e escândalos de que teve conhecimento por mensageiros vindos de Corinto (1,11), e para responder às questões que lhe foram postas por escrito (7,1). Estas circunstâncias explicam o carácter não sistemático da Carta, com a única preocupação de enfrentar as necessidades e resolver as dúvidas dos seus correspondentes.
Ao longo destas páginas, desenha-se o retrato fiel de uma comunidade viva e fervorosa, mas com todos os problemas resultantes da inserção da mensagem cristã numa cultura diferente daquela em que tinha sido anunciada anteriormente. As questões abordadas derivam em grande parte do fenómeno da inculturação do Evangelho em ambiente helenista. Paulo procura esclarecer, mostrando-se firme ao condenar os comportamentos inconciliáveis, mas compreensivo quando a fé não corre perigo.
Os cristãos de Corinto enfrentaram várias “tentações”: reduzir a fé cristã a uma sabedoria humana, diversificada à maneira das escolas filosóficas de então (1,10; 3,22); ceder aos imperativos de uma ética sexual, caracterizada, ora por um excessivo laxismo, ora pelo desprezo da carne, segundo as diferentes correntes filosóficas (5,1-3; 6,12-20; 7,1-40); continuar a observar as práticas cultuais do paganismo (cap. 8-13) e a sofrer a influência suspeita das refeições sagradas (11,21) e do frenesim delirante de certos ritos (12,2-3). Tiveram ainda dificuldade em conciliar o mistério fundamental da ressurreição dos mortos com as doutrinas dualistas da filosofia grega (cap. 15).
As soluções propostas estão marcadas pelos condicionalismos culturais de então e pelo concreto da vida; mas não se reduzem a mera casuística já ultrapassada, porque o génio de Paulo, mesmo quando desce a questões do dia-a-dia, sabe sempre elevar-se aos princípios fundamentais que lhes asseguram perenidade e oferecer-nos uma teologia aplicada ao concreto da vida cristã.
Daqui o interesse e a actualidade desta Carta: através dela, sentimos ao vivo o pulsar de uma comunidade cristã muito rica, a forte personalidade de Paulo, muito consciente das suas responsabilidades, e a presença constante do Ressuscitado que anima a comunidade e a tudo dá sentido.
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